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Quem é ele? Quem é ele?

    Em 2014, foi anunciada a descoberta de uma nova espécie de boto que vive nas águas do Araguaia, rio que nasce em Goiás e corre por outros estados próximos. Ele estava lá o tempo todo, nadando para lá e para cá, mas era uma espécie diferente, que foi chamada boto-do-Araguaia.

    Sem qualquer diferença física em relação aos outros botos que chamasse a atenção dos pesquisadores, o boto-do-Araguaia somente foi descoberto por meio de análise do DNA. É sério! Comparando no laboratório o código genético dos botos que habitavam os rios da Amazônia, foi que eles perceberam algo diferente, algo novo no boto que habitava o rio Araguaia.

    Pesquisando um pouco mais, os cientistas constataram que na região de Belém e da baía do Marajó, alguns botos eram da mesma espécie encontrada nos rios Araguaia e Tocantins. Isso quer dizer que os botos-do-Araguaia podem ser encontrados além do rio Araguaia. Nadavam também no estuário (área que fica entre o rio e o mar) e até na região costeira, próximo ao manguezal.

    Ao que tudo indica, o boto-do-Araguaia prefere viver nas proximidades dos portos de algumas cidades. Nesses locais, acaba recebendo peixe fresco na boca dado pelos humanos.

    Ainda é um mistério como a relação entre os humanos e os botos começou, mas o fato é que esse contato faz muito sucesso com moradores e turistas. Sabemos, porém, que alimentar animais selvagens não é uma boa ideia. Além do risco de ficarem doentes por poderem receber algo diferente ou estragado, os animais tendem a se acostumar com a comida fácil e perdem as habilidades de caçar seu próprio alimento.

    Outra preocupação é que os botos-do-Araguaia, descobertos há tão pouco tempo, já correm risco de extinção. A bacia do Tocantins-Araguaia, que dá origem ao nome do animal, conta com sete barragens construídas e outras estão previstas. Essas represas isolam as populações de botos e isso faz com que os animais se reproduzam entre si e se tornem mais frágeis, com maior risco de desenvolver doenças, por exemplo. A pesca e a poluição na baía do Marajó representam uma ameaça extra, além do intenso tráfego de embarcações e, eventualmente, os ruidosos jet skis nos locais mais turísticos.

    Conservar os ambientes em que vivem os botos-do-Araguaia é a nossa forma de contribuir para que essa e outras espécies locais sigam o curso natural de suas vidas.

Salvatore Siciliano, Renata Emin-Lima, Larissa Rosa de Oliveira e Paulo Henrique Ott. Revista “Ciência Hoje das Crianças”. Edição 268. Disponível em: <http://capes.cienciahoje.org.br>.

Questões

Questão 1 – Identifique o assunto do texto:

(     ) “boto”.

(     ) “rio Araguaia”.

(     ) “boto-do-Araguaia.”

Questão 2 – Na passagem “Sem qualquer diferença física em relação aos outros botos que chamasse a atenção dos pesquisadores, o boto-do-Araguaia somente […]”, a vírgula indica:

(     ) uma omissão.

(     ) uma intercalação.

(     ) um deslocamento.

Questão 3 – No segmento “Isso quer dizer que os botos-do-Araguaia podem ser encontrados além do rio Araguaia.”, o pronome destacado:

(     ) retoma uma informação.

(     ) anuncia uma informação.

(     ) complementa uma informação.

Questão 4 – Em “(área que fica entre o rio e o mar)”, os autores do texto definem:

(     ) “estuário”.

(     ) “região costeira”.

(     ) “manguezal”.

Questão 5 – Na parte “[…] os botos-do-Araguaia, descobertos há tão pouco tempo, já correm risco de extinção.”, advérbio grifado indica uma circunstância de:

(     ) lugar.

(     ) modo.

(     ) tempo.

Questão 6 – Na frase “A pesca e a poluição na baía do Marajó representam uma ameaça extra […]”, a conjunção “e” exprime:

(     ) a soma de fatos.

(     ) o contraste de fatos.

(     ) a alternância de fatos.

Questão 7 – No fragmento “[…] os ruidosos jet skis nos locais mais turísticos.”, o adjetivo que caracteriza os jet skis poderia ser substituído por:

(     ) “velozes”.

(     ) “numerosos”.

(     ) “barulhentos”.

Questão 8 – Releia este trecho:

“Conservar os ambientes em que vivem os botos-do-Araguaia é a nossa forma de contribuir para que essa e outras espécies locais sigam o curso natural de suas vidas.”

Nesse trecho, os autores:

(     ) levantam uma hipótese.

(     ) estabelecem uma comparação.

(     ) buscam conscientizar os leitores