Atividade de Práticas Experimentais 7ºA Prof. Leandro data:
04/09/2020
Interpretação de texto: Cartas de Amor (Moacyr Scliar)
Eu era aluno do Júlio de Castilhas e estudava à tarde ( as
manhãs, naquela época, estavam reservadas às turmas femininas ). Um dia cheguei
para a aula, coloquei meus livros na carteira e ali estava, bem no fundo um
papel cuidadosamente dobrado. Era uma carta; dirigida não a mim, mas ao colega
da tarde”. E era uma carta de amor. De
amor não; de paixão. Paixão fogosa, incontida, transbordante, a carta de uma
alma afetuosa. À qual o jovem escritor não teve a menor
dificuldade de responder.
Iniciou-se assim uma correspondência que se prolongou pelo
ano letivo, não se interrompendo nem com as provas, nem com as férias de julho.
À medida que o ano letivo ia chegando a seu fim, os arroubos epistolares iam
crescendo. Cheguei à conclusão de que precisava conhecer a minha misteriosa
correspondente, aquela bela da manhã que me encantava com suas frases.
Mas... seria realmente bela? A julgar pela letra, sim; eu
até a imaginava como uma moça esguia, morena, de belos olhos verdes. Contudo,
nem mesmo os grandes especialistas em grafologia estão imunes ao erro, e um
engano poderia ser trágico. Além disto, eu já tinha uma namorada que não
escrevia, mas era igualmente apaixonada.
Optei, portanto, pelo mistério, pelo “nunca te vi, sempre te
amei”. A minha história de amor continuou apenas na fantasia. Que é o melhor
lugar para as grandes histórias de amor.
1 Que argumentos o jovem utilizou para desistir de tentar
conhecer a sua misteriosa correspondente?
2 Na sua opinião, por que o narrador afirma que a fantasia é o melhor lugar para
as grandes histórias de amor?
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