A AULA DO CENTRO DE MÍDIAS DO DIA 19 DE JUNHO FOI SOBRE O GÊNERO TEXTUAL CONTO - NARRATIVA.
OS PROFESSORES INICIARAM A AULA COM AS SEGUINTES PERGUNTAS:
1. VOCÊ LEMBRA O QUE É UM CONTO?
2. CITE TRÊS ELEMENTOS DE UMA NARRATIVA NECESSÁRIOS EM UM CONTO?
3. QUAL A FUNÇÃO SOCIAL DE UM CONTO?
Lembrando que não precisa copiar os textos.
O conto é um gênero narrativo curto, tendo começo, meio e fim da história narrados de maneira breve, porém o suficiente para contar a história completa.
O conto possui elementos e estrutura bem marcados, sendo que o tipo de história pode indicar o tipo de conto que estamos lendo. Vamos aprender um pouco mais sobre esse gênero narrativo.
Para que uma narrativa seja considerada um conto, alguns elementos são muito importantes: personagens, narrador, tempo, espaço, enredo e conflito.
Personagens
As narrativas (reais ou fictícias) precisam ter um ou mais seres vivenciando sua história. Esses seres podem ser pessoas ou, até mesmo, animais, objetos e seres imaginários que ganham vida e consciência para viver aquela história — são as personagens da narrativa.
Embora seja comum que o conto tenha poucas personagens, existem contos com muitas delas (habitantes de um bairro, por exemplo). Mesmo assim, a narrativa continua sendo breve.
Narrador
É a voz que conta a história dentro da narrativa. O narrador pode contar a história de três maneiras:
- Narrador-personagem: quando uma das personagens que vivencia a história faz, também, o papel de narrador, ou seja, uma das personagens narra a história. Por isso, muitas vezes, os verbos são conjugados em primeira pessoa, mas podem também ser conjugados em terceira quando o narrador-personagem conta o que acontece com os outros personagens.
- Narrador-observador: esse tipo de narrador não participa da história. Ao invés disso, ele é apenas uma “voz” contando o que acontece, narrando a história. Entretanto, assim como o leitor, esse narrador não sabe o que se passa na consciência das personagens, não sabe o que aconteceu no passado (anterior à narrativa) nem o que acontecerá no futuro.
- Narrador-onisciente: assim como o observador, ele não participa da história. Entretanto, essa “voz” é onisciente, ou seja, sabe de tudo no universo daquela narrativa: ela sabe (e pode contar) o que as personagens estão pensando e sentindo. Também conhece (e pode contar) o passado anterior à narrativa e o futuro.
Tempo
As narrativas passam-se em um período determinado: trata-se do tempo de duração entre o início e o final da narrativa e da época em que a narrativa ocorre. É mais comum que as histórias dos contos aconteçam em pouco tempo (podendo ser minutos ou até alguns dias), mas é possível que elas se passem durante muitos anos (em qualquer um desses casos, a narrativa será breve por tratar-se de um conto).
Alguns contos são sobre histórias que se passam nos dias de hoje, e outros podem passar-se em algum lugar do passado ou, até mesmo, em um futuro imaginado pelo autor (e descrito pelo narrador da história).
Espaço
Assim como o tempo, as narrativas precisam ocorrer em um espaço, descrito explicita ou implicitamente, onde as personagens situam-se.
Novamente, por tratar-se de narrativa breve e curta, é mais comum que o conto ocorra em apenas um ou poucos espaços, mas ainda é possível que muitos cenários sejam percorridos durante a história (podendo ser apenas um pequeno cômodo de uma moradia, um país inteiro ou outra galáxia distante e imaginária). Em todo caso, a narrativa continuará sendo curta.
Enredo
É o que acontece na história, ou seja, a sequência de ações que faz com que a narrativa exista e tenha uma estrutura: um começo, um meio e um fim. Vamos falar mais sobre o enredo adiante.
Conflito
Por fim, os contos têm um conflito, que é uma situação gerada por uma das ações iniciais (ou em uma das ações iniciais) e que faz com que outras ações sejam tomadas pelas personagens para solucionar o problema. Essa sequência de ações forma o enredo e, geralmente, deixa o começo da narrativa diferente do final.
Estrutura do conto
O conto costuma ser estruturado em quatro partes: introdução, desenvolvimento, clímax e conclusão. Vamos a elas:
- Introdução (ou apresentação/equilíbrio inicial): é o início da narrativa. Nela, podemos descobrir o contexto da narrativa: quem são as personagens, qual é o espaço e o tempo nos quais a história vai ser narrada e quais são os primeiros acontecimentos dela.
- Desenvolvimento (ou complicação/surgimento do conflito): apresenta as ações que modificam o estado inicial da narrativa. Vemos o conflito (situação-problema) que fará as personagens agirem para resolvê-lo.
- Clímax: é o momento de maior tensão, quando o problema está no auge e as ações tomadas definirão o rumo da história.
- Conclusão (ou desfecho/solução do conflito): como o nome já diz, é o final da história, que será provavelmente diferente de como ela começou. Pode mostrar que o problema foi solucionado ou não, dependendo muito mais do tipo de conto que estamos lendo. Vamos conhecer esses tipos a seguir.
Tipos de conto
O conto é classificado como um gênero narrativo, ou seja, um tipo de narração. No entanto, existem vários tipos de contos dependendo dos elementos que compõem a história e de como ela pode terminar, dando subgêneros a eles. Vejamos alguns mais famosos:
Conto de fadasConto de terror
Conto fantástico
DEPOIS DE ENTENDER AS REGRAS DE UM CONTO.
Leia:
Narrativa de terror
Drácula
O diário de Jonathan Harker
1 (…)Chegando à porta, voltou-se mais
uma vez e, após um instante de reflexão, falou: – Chegou a hora de alertá-lo, meu caro amigo-
não, não é só alertá-lo- mas de adverti-lo com toda a seriedade: se o senhor
transpuser as soleiras destes aposentos, não terá a menor possibilidade de
dormir em qualquer outra parte do castelo. Como pode ver, sua existência
reporta-se a outras eras, suas paredes encerram muitas lembranças e há um
séquito de sinistros pesadelos à
espreita
daquele que adormecer ao acaso! Se o sono o assediar agora ou logo mais ou
simplesmente prenunciar-se, então corra para seu próprio quarto ou para a sala
ao lado, a fim de poder repousar em segurança. Se não obstante o senhor não
quiser seguir à risca o que lhe digo, então…
2 E, assim, deixando o resto de sua
frase no ar, sublinhou-a com um tom de displicente ferocidade, enquanto fazia o
expressivo gesto de quem lava as mãos. Está claro que eu compreendi!
Minha única dúvida consistia apenas
em saber se algum pesadelo podia tornar-se ainda mais terrível que a sinistra e
antinatural cadeia de sombras e mistérios que ameaçava fechar-se em torno de
mim.
…
3
Mais Tarde.- Endosso totalmente as últimas
palavras por mim escritas; desta feita, porém, não subsiste qualquer dúvida.
Não recearei dormir em outro lugar qualquer, desde que ele não se ache
presente. Pendurei o crucifixo sobre a cabeceira de minha cama…assim creio que
meu descaso ficará livre de pesadelos. É lá que ele deve ficar.
4 Quando ele saiu, fui
para o meu quarto. Passados alguns instantes, não ouvindo nenhum ruído, tornei
a sair e galguei a escada de pedra, do alto da qual me era possível colher uma
ampla vista em direção ao sul. Ali havia ao menos uma razoável sensação de
liberdade que convergia da vastidão do espaço, mesmo com sua amplidão
permanecendo inacessível para mim, quando comparada com a acanhada estreiteza do
pátio, mais abaixo. Contemplando o conjunto desse quadro mais ainda me convenci
de que estava irremediavelmente preso e senti premente necessidade de sorver um
pouco de ar fresco, embora agora a noite já atingisse sua plenitude. E ,
curiosamente, comecei também a sentir a indefinível influência da noite
abater-se sobre mim. Tal sensação arrasa com meus nervos. Estremeço à vista de
minha própria sombra, e estou crivado de todos os tipos das mais
horríveis imaginações. Deus é testemunha dos terríveis tremores que venho
suportando neste lugar amaldiçoado! Lancei então um olhar sobre a magnificência
da amplidão, agora banhada por um suave e amarelo luar, o qual aos poucos se
converteu numa claridade quase solar. Sob a luz difusa, as colinas distantes
pareciam interpenetrar-se, ao passo que as sombras que se desenhavam ao longo
das ravinas e dos vales se assemelham a um manto negro de veludo. A
beleza natural do ambiente parecia fascinar-me. Havia paz e quietude em cada
sorvo de ar que eu respirava.
5 Estava recostado a uma
janela quando notei que alguma coisa se movia no andar imediatamente abaixo do
meu e ligeiramente à minha esquerda, onde pela ordem dos quartos, deviam
coincidir as janelas externas do dormitório do próprio Conde. A janela junto à
qual eu estava era alta e funda, tinha um peitoril de pedra e, embora muito
castigada pelas intempéries, achava-se ainda em estado razoável. Era todavia
evidente que o respectivo caixilho já de há muito deixara de existir. Retrai-me
para trás do parapeito e olhei cautelosamente para baixo.
6 O que vi era a cabeça
do Conde saindo pela abertura da janela. Não dava para ver seu rosto.
Reconheci-o, porém, pelo talhe do pescoço e também pelo movimento de suas
costas e braços. De qualquer maneira, eu não podia confundir-me com suas mãos,
cujas características já estudara tantas vezes. O que é surpreendente é que
agora sentia-me interessado e como que atraído por um prazer mórbido, o que
somente consigo explicar diante da estranha desproporção em que um homem
obrigado a viver numa prisão passa a encarar semelhante assunto. Tais
sensações não tardaram, entretanto,em se converter num pavoroso impacto
de repulsa e de terror quando eu vi o homem todo emergir de dentro da janela e
deslizar parede abaixo para fora do castelo, pendendo de cabeça para baixo
sobre o vertiginoso abismo e com o manto a flutuar em torno do seu corpo,
como se fosse uma espessa asa negra. De pronto, eu não acreditei no que se
retratava na retina dos meus olhos. Pareceu-me estar diante de uma insólita
distorção visual causada pelo luar ou alguma fantástica ilusão causada pela
sombra. Mas eu firmei a vista e já não podia existir tal erro. Eu via agora os
dedos e os artelhos se firmarem nos ângulos das pedras, ali postos a descoberto
pela erosão dos ventos e das chuvas. E, aproveitando assim cada fresta e cada
ápice ou leve saliência, seu corpo deslizava para baixo, deslocando-se numa
velocidade incrível, tal qual um pequeno sáurio quando ainda nas paredes. Que
espécie de homem será esse, ou que tipo de criatura ou simples fera está ali
oculta sob as feições de um homem? Sinto o terror deste demoníaco lugar
aniquilar-me. Estou em pânico- em pânico mortal- e não há uma saída para mim.
Estou imobilizado por uma rede de terror sobre a qual o meu cérebro se nega a
raciocinar.
Stoker, Bram.
Drácula. 2. ed.Porto Alegre:L&PM,1985, p.45-46
1. Faça a leitura dos dois primeiros
parágrafos do texto e explique como é o tom de voz e quais são as recomendações
que Conde Drácula fez a Harker de forma implícita? Explique se Harker
compreendeu essas recomendações.
2. Algumas previsões sobre o que
poderá acontecer com Jonathan Harker podem ser lidas no segundo parágrafo. Na
sequência da narrativa de terror, qual acontecimento incomum constitui na
realização dessas previsões?
3. Comente sobre as estratégias
utilizadas pelo autor nos parágrafos 3,4, e 5 para aumentar a expectativa do
leitor e gerar o suspense?
4. Ainda no parágrafo 4 , alguns
fatos narrados introduzem uma dúvida sobre a veracidade dos acontecimentos.
Cite quais são esses comentários?
5 Observe as divisões pertinentes as
obras de ficção:
Obras
realistas: Acontecimento que, mesmo quando
estranhos e até misteriosos, são explicados pelas leis do mundo que
conhecemos.
Obras
fantásticas: Acontecimentos ambíguos, que
provocam dúvidas no leitor que pensa: seriam manifestações sobrenaturais,
coincidências, sonhos ou ilusões?
Obras
maravilhosas: Acontecimentos inexplicáveis pelas
leis do mundo que conhecemos. Não desperta dúvidas porque os acontecimentos
pertencem à ordem sobrenatural.
Após realizar a leitura do excerto
acima responda:
Explique por que esses comentários do
narrador( mencionados na questão anterior) levam a narrativa para o campo do
fantástico?
6. Analise o ponto culminante e
explique por que a partir desse momento, a narrativa entra
definitivamente no campo do maravilhoso?
QUALQUER DÚVIDA ME CHAME NO WHATSAPP E AO TERMINAR FOTOGRAFE E ENTREGA A LIÇÃO.
BONS ESTUDOS.
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