quarta-feira, 17 de junho de 2020

Atividade de Língua Portuguesa 9ºano A


Caros alunos! Para complementar seu estudo, este material contém teoria e questões de figuras de linguagem. Espero que os ajude. Não precisa copiar os textos. Realize sua leitura e responda em seu caderno somente as questões. Não precisa fazer todas de uma vez. Responda-as gradativamente, leia os comentários com as explicações e tirem suas dúvidas.
Primeiro resolva as questões - há comentários. Caso haja dúvida, leia a parte teórica a partir da página 23.
A charge abaixo, publicada no jornal O Dia (PI) em 1 de abril de 2015, produz humor apoiada numa figura de linguagem expressa graficamente, figura essa denominada:


a)       metáfora;
b)      metonímia;
c)       hipérbole;
d)      pleonasmo;
e)      catacrese

COMENTÁRIOS

Resposta: “c”
Hipérbole é uma figura de linguagem, classificada como figura de pensamento, que consiste em exagerar uma ideia com finalidade expressiva. É um exagero intencional na expressão.

Caixa de Texto: Importante perceber que se trata de um parto. A figura demonstra a prisão de um recém- nascido, o que representa um imenso exagero de redução da maioridade penal.

OBSERVAÇÃO



 Ao dizer que os psicopatas assumem o papel de parasitas e predadores, o autor apela para uma figura de linguagem denominada:
a)       metonímia;
b)      pleonasmo;

c)       anacoluto;
d)      eufemismo;
e)      metáfora.

COMENTÁRIOS

Resposta: “e”
Metáfora consiste numa comparação implícita, numa relação de similaridade, entre duas ou três palavras ou expressões. Sentido figurado, conotativo.

Texto para a questão.

XÓPIS

Não foram os americanos que inventaram o shopping center. Seus antecedentes diretos são as galerias de comércio de Leeds, na Inglaterra, e as passagens de Paris pelas quais flanava, encantado, o Walter Benjamin. Ou, se você quiser ir mais longe, os bazares do Oriente. Mas foram os americanos que aperfeiçoaram a ideia de cidades fechadas e controladas, à prova de poluição, pedintes, automóveis, variações climáticas e todos os outros inconvenientes da rua. Cidades só de calçadas, onde nunca chove, neva ou venta, dedicadas exclusivamente às compras e ao lazer – enfim, pequenos (ou enormes) templos de consumo e conforto. Os xópis são civilizações à parte, cuja existência e o sucesso dependem, acima de tudo, de não serem invadidas pelos males da rua.
Dentro dos xópis você pode lamentar a padronização de lojas e grifes, que são as mesmas em todos, e a sensação de estar num ambiente artificial, longe do mundo real, mas não pode deixar de reconhecer que, se a americanização do planeta teve seu lado bom, foi a criação desses bazares modernos, estes centros de conveniência com que o Primeiro Mundo – ou pelo menos uma ilusão de Primeiro Mundo – se espraia pelo mundo todo. Os xópis não são exclusivos, qualquer um pode entrar num xópi nem que seja só para fugir do calor ou flanar entre as suas vitrines, mas a apreensão causada por essas manifestações de massa nas suas calçadas protegidas, os rolezinhos, soa como privilégio ameaçado. De um jeito ou de outro, a invasão planejada de xópis tem algo de dessacralização. É a rua se infiltrando no falso Primeiro Mundo. A perigosa rua, que vai acabar estragando a ilusão.
As invasões podem ser passageiras ou podem descambar para violência e saques. Você pode considerar que elas são contra tudo que os templos de consumo representam ou pode vê-las como o ataque de outra civilização à parte, a da irmandade da internet, à civilização dos xópis. No caso seria o choque de duas potências parecidas, na medida em que as duas pertencem a um primeiro mundo de mentira que não tem muito a ver com a nossa realidade. O difícil seria escolher para qual das duas torcer. Eu ficaria com a mentira dos xópis. (Veríssimo, O Globo, 26-01-2014.)
 Ao dizer que os shoppings são “cidades", o autor faz uso de um tipo de linguagem figurada denominada .
a)       metonímia.
b)      eufemismo
c)       hipérbole.
d)      metáfora.
e)      catacrese.

COMENTÁRIOS

Resposta: “d”
Há comparação implícita: os shoppings são (como) “cidades".

Há um exemplo de prosopopeia em:
a)         “Como eu invejo os que não esqueceram a cor das primeiras calças que vestiram!”
b)        “E antes seja olvido que confusão; explico-me.”
c)         “Os rios, as montanhas, as igrejas que não vi nas folhas lidas.”
d)        “Não, não, a minha memória não é boa.”
e)      “... e os clarins soltam as notas que dormiam no metal, e tudo marcha com uma alma imprevista.”

COMENTÁRIOS

Caixa de Texto: Personificação (ou prosopeia) é uma figura de estilo que consiste em atribuir a objetos inanimados ou seres irracionais sentimentos ou ações próprias dos seres humanos: os clarins soltam as notas que dormiam no metal, e tudo marcha com uma alma imprevista.

Resposta: “e”

Texto para a questão.

FILME ANTIGO


Cerradas as cortinas do Fórum Social Mundial, algumas evidências saltaram do palco armado em Belém para o desfile de líderes de movimentos que supostamente buscam alternativas sociais e econômicas às políticas arquitetadas em Davos. A mais cristalina foi a disparidade de reivindicações de um encontro convocado para discutir os agravos ao meio ambiente da Amazônia. Num clima em que cada movimento representado no encontro procurou puxar para sua agenda o mote das discussões, abordou-se de tudo - da liberação da maconha à defesa do sexo livre, numa pauta que atendia a todo o leque ideológico reunido no Pará.
No entanto, o tema central do encontro - o desmatamento de uma região que perde um Rio de Janeiro por mês de floresta – foi o que menos parece ter mobilizado os participantes. Não sem motivo: o tópico há de ter criado embaraços para um dos organizadores e uma das estrelas de maior grandeza do Fórum, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, que faz vista grossa para a preocupante e
indefensável realidade de que cerca de 30% da área desmatada da Amazônia é ocupada por assentamentos alinhados com a política de ocupação defendida pelo MST.
Certamente por isso, o MST preferiu alinhar-se com a banda de música bolivariana nas invariáveis canções de protesto contra o inimigo comum do FSM - o “neoliberalismo” reunido em Davos. Com o palco franqueado, os bolivarianos Hugo Chávez e Evo Morales aproveitaram os microfones para lançar suas invariáveis diatribes contra o demônio

capitalista. Nada de novo no front, como se viu.
De novo mesmo, só a constatação de que o MST já não demonstra o viço que parecia esbanjar há alguns anos. Sem propostas concretas para problemas fundiários que não passem por ações radicais, o grupo saiu do encontro ressoando palavras de ordem vazias, que cabem em palanques, mas não se encaixam numa realidade mais complexa do que a ultrapassada dicotomia capitalismo X socialismo.
(O Globo, 8/02/2009)

 Sobre o problema do desmatamento, explorado nesse texto, um poeta francês, Jacques Prévert, dizia: “Tantas florestas arrancadas à terra / e trucidadas / acabadas / rotativizadas / Tantas florestas sacrificadas para a pasta de papel de bilhões de jornais chamando anualmente a atenção dos leitores sobre os perigos do desmatamento dos bosques e das florestas”.
A estrutura significativa do texto se baseia num tipo de linguagem figurada denominado:

a)       sinestesia.
b)      pleonasmo.
c)       paradoxo.
d)      antítese.
e)      metonímia.

COMENTÁRIOS

Resposta: “c” – Há, claramente, ideias contrárias: desmatam para imprimir jornais falando sobre o desmatamento.
Relembre:
Sinestesia = designa a união ou junção de planos sensoriais diferentes.
Pleonasmo = repetição de um termo da oração ou do significado de uma palavra ou expressão, isto é, alguma informação que é repetida desnecessariamente.
Paradoxo = proposição aparentemente absurda, resultante da união de ideias contraditórias.
Antítese = dois termos que contrastam entre si. Ocorre quando há uma aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. O contraste que se estabelece serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que não se conseguiria com a exposição isolada dos mesmos.
Metonímia = é o emprego um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido.


Texto para a questão.

Eu e ele


No vertiginoso mundo dos computadores o meu, que devo ter há uns quatro ou cinco anos, já pode ser definido como uma carroça. Nosso convívio não tem sido muito confortável.

Ele produz um texto limpo, e é só o que lhe peço. Desde que literalmente metíamos a mão no barro e depois gravávamos nossos símbolos primitivos com cunhas em tabletes até as laudas arrancadas da máquina de escrever para serem revisadas com esferográfica, não havia processo de escrever que não deixasse vestígio nos dedos. Nem o abnegado monge copiando escrituras na sua cela asséptica estava livre do tinteiro virado. Agora, não. Damos ordens ao computador, que faz o trabalho sujo por nós. Deixamos de ser trabalhadores braçais e viramos gerentes de texto. Ficamos pós‐industriais. Com os dedos limpos.

Mas com um custo. Nosso trabalho ficou menos respeitável. O que ganhamos em asseio perdemos em autoridade. A um computador não se olha de cima, como se olhava uma máquina de escrever. Ele nos olha na cara. Tela no olho. A máquina de escrever fazia o que você queria, mesmo que fosse a tapa. Já o computador impõe certas regras. Se erramos, ele nos avisa. Não diz “Burro!”, mas está implícito na sua correção. Ele é mais inteligente do que você. Sabe mais coisas, e está subentendido que você jamais aproveitará metade do que ele sabe. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando estiver sendo programado por um igual. Isto é, outro computador. A máquina de escrever podia ter recursos que você também nunca usaria (abandonei a minha sem saber para o que servia “tabulador”, por exemplo), mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só aguenta os humanos por falta de coisa melhor, no momento.

Eu e o computador jamais seríamos íntimos. Nosso relacionamento é puramente profissional. Mesmo porque, acho que ele não se rebaixaria ao ponto de ser meu amigo. E seu ar de reprovação cresce. Agora mesmo, pedi para ele enviar esta crônica para o jornal e ele perguntou: “Tem certeza?”
(Luís Fernando Veríssimo)

O computador é personificado no texto, atribuindo-se-lhe ações humanas. Assinale o segmento que não comprova essa afirmativa.
a)         “Ele nos olha na cara. Tela no olho.”
b)        “Já o computador impõe certas regras.”
c)         “Se erramos, ele nos avisa.”
d)        “Não diz ‘Burro!’.”
e)      “Ele é mais inteligente do que você. Sabe mais coisas, e está subentendido que você jamais aproveitará metade do que ele sabe.”

COMENTÁRIOS

Resposta: “d” – Bela pegadinha da banca! O segredo está na negação: se o computador não diz ‘burro’, não houve personificação. Simples assim.


Texto.

“Encostei-me a ti, sabendo bem que eras somente onda. Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti. Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil, Fiquei sem poder chorar, quando caí.”
Nesse poema, a fim de caracterizar a transitoriedade dos sentimentos, dos afetos, o eu lírico se vale de
a)       hipérbole, intensificando, por meio de expressões exageradas, o relacionamento
amoroso.
b)      eufemismo, empregando termos como encostei-me e depus para amenizar a desilusão amorosa.
c)       antítese, apresentando expressões de sentido oposto, como Sabendo bem e sem poder chorar, a fim de realçar os sentimentos do eu lírico.
d)      metáfora, empregando palavras com sentido que não lhes é comum, para mostrar a fragilidade dos sentimentos da pessoa amada.
e)      pleonasmo, intensificando o sentimento amoroso do ser amado por meio da redundância.

COMENTÁRIOS

Resposta: “d”
Metáfora é a palavra ou expressão que produz sentidos figurados por meio de comparações implícitas.
Trechos que evidenciam seu uso: sabendo bem que (tu) eras somente onda; Sabendo bem que (tu) eras nuvem.


Na frase – Hoje vivemos o supremo paradoxo: nunca se tiraram tantas fotos; nunca elas tiveram tão pouco valor. –, a palavra paradoxo expressa ideia de
a)       contradição.
b)      padronização.
c)       igualdade.
d)      modéstia.
e)      descontentamento.

COMENTÁRIOS

Resposta: “a”
Paradoxo é a figura de linguagem que consiste em empregar palavras que, mesmo opostas quanto ao sentido se fundem num mesmo enunciado, ou seja, é contradição.




 Em relação às figuras de linguagem, assinale a alternativa que apresenta uma metonímia.

a)       Ouço Mozart desde criança.
b)      Ele esperou muito tempo por seu doce abraço.
c)       Sua boca é um túmulo.

d)      A perna da mesa estava quebrada.
e)      O ator famoso bateu as botas hoje.

COMENTÁRIOS

Resposta: “a”
A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. No caso, usou o autor pela obra.






 Esse conhecido provérbio exemplifica o uso de duas figuras de linguagem, a saber:
a)       antítese e onomatopeia.
b)      gradação e comparação.
c)       hipérbato e silepse.
d)      ironia e sinestesia.
e)      metáfora e metonímia.

COMENTÁRIOS

Resposta: “c”
Hipérbato é inversão da estrutura da frase. Ordem direta: todos temos um pouco de médico e de louco;
Silepse é concordância com ideia subentendida: Todos (nós) temos um pouco.

 Assinale a única alternativa que contém um exemplo (retirado de letras da MPB) de antítese.
a)       Você é minha droga, paixão e carnaval. / Meu zen, meu bem, meu mal. (Caetano
Veloso)
b)      Oh, Deus, perdoe este pobre coitado, / Que de joelhos chorou um bocado (Gordurinha e Nelinho)
c)       Por você eu largo tudo / Vou mendigar, roubar, matar (Cazuza)
d)      Eu sou a mosca que perturba o seu sono / Eu sou a mosca no seu quarto a zumbizar (Raul Seixas e Paulo Coelho)

e)      Eu não posso mais ficar aqui a esperar / Que um dia de repente você volte para mim (Roberto e Erasmo Carlos)

COMENTÁRIOS

Resposta: “a”
Antítese é o emprego de palavras de sentidos opostos: bem e mal.

Ao dizer que, na voz do povo, um trabalho de Antônio Cabeça-Branca “nunca mentiu fogo”, o autor se utiliza de um recurso expressivo que consiste em estabelecer aproximações semânticas. Ou seja, se uma arma é boa quando não falha ou “não mente fogo”, assim também os trabalhos de Antônio são bons, porque nunca falharam. Esse recurso se enquadra nas características de uma figura de linguagem denominada
a)       aliteração.
b)      eufemismo.
c)       metáfora.
d)      metonímia.
e)      zeugma.

COMENTÁRIOS

Resposta: “c”
Fácil: sentido conotativo, figurado.



Marque a alternativa CORRETA. Há zeugma na seguinte assertiva:
a)    Minha mãe trabalha numa empresa particular; eu, na pública.
b)    Uma pessoa torpe, uma criatura limitada, um grão de pó perdido no universo, eis o que Roberto é.
c)    Na escuridão da madrugada, corria gente de todos os lados, e atiravam.
d)   

Esses escravos que se viram libertos, não penso nada contra eles, mas não servem para nós.

COMENTÁRIOS

Alternativa correta: letra "a" – “zeugma” é o outro nome de “elipse”, figura de construção, que é a omissão de um termo na oração, mas de fácil identificação no contexto. Ocorre Zeugma em “Minha mãe trabalha numa empresa particular; eu, trabalho na pública.” Houve zeugma ou elipse, do verbo “trabalho”.
Alternativa "b" – Repetição proposital de conjunção, ou pronome, constitui a figura de construção polissíndeto. “Uma pessoa torpe, uma criatura limitada, um grão de pó perdido (...)”.
Alternativa "c" – Afirmação exagerada, hipérbole na expressão: “ (...) madrugada, corria gente
de todos os lados, e atiravam.”
Alternativa "d" – Expressão que suaviza uma ideia incômoda denomina-se eufemismo está em: “Esses escravos (...), não penso nada contra eles, mas não servem para nós.”



Considerando a presença de figuras de linguagem nas frases, assinale a alternativa INCORRETA.
a)    "Meu pensamento é um rio subterrâneo". Metáfora
b)    Sentia na boca um sabor de vida e morte. Prosopopeia
c)    Gostava de ler Machado de Assis. Metonímia
d)   

"Tristeza não tem fim, felicidade sim". Antítese

COMENTÁRIOS

Alternativa correta: letra "b"– A figura de linguagem usada nesta alternativa é o Paradoxo, figura resultante da aproximação de palavras de ideias contraditórias (vida e morte) que aparentemente parecem se excluir, mas que mediante o contexto reforçam a ideia retratada. Entenda, também, a figura de linguagem atribuída indevidamente a esta alternativa: prosopopeia (ou personificação) significa atribuir a seres inanimados (sem vida) características de seres animados ou atribuir características humanas a seres irracionais, a fim de tornar a comunicação mais dramática.
Alternativa "a" – A metáfora consiste em estabelecer uma analogia de significados entre duas palavras ou expressões, empregando uma pela outra. Nesse caso, as características de “um rio subterrâneo” são atribuídas a “pensamento”.
Alternativa "c" – A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Neste caso, usa-se o autor como se fosse a obra: “Gostaria de ler (a obra de) Machado de Assis”.
Alternativa "d" – A antítese consiste em construir um sentido através do confronto de ideias opostas: tristeza x felicidade.

Em "São pessoas que surpreendem com um gesto ou uma fala fora do script, sem nenhuma disposição para serem bonecos de ventríloquos.", a expressão assinalada representa um exemplo de:
a)    metonímia;
b)    silepse;
c)    elipse;
d)   

metáfora.

COMENTÁRIOS

Alternativa correta: letra "d"– A metáfora consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude de associações e semelhanças. Entenda melhor:
Ventríloquo = pessoa que domina a técnica de falar quase sem mover os lábios, dando a impressão de que a voz vem de outra fonte, como por exemplo “um boneco”. A metáfora aplicada aqui remete ao boneco que não tem voz própria.
Alternativa "a" – A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Observe o exemplo abaixo:
Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis.
(= Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.)
Alternativa "b" – Silepse é a concordância que se faz com o termo que não está expresso no texto, mas sim com a ideia que ele representa. É uma concordância anormal, psicológica,

espiritual, latente, porque se faz com um termo oculto, facilmente subentendido. Há três tipos de silepse: de gênero (A chuvosa São Paulo), número (Como vai a turma? Estão bem?) e pessoa (Dizem que os paulistas somos trabalhadores).
Alternativa "c" – Elipse = Consiste na omissão de um ou mais termos numa oração que podem ser facilmente identificados, tanto por elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo contexto.


Texto para a próxima questão.
"[...] Há um grande vento frio cavalgando as ondas, [...]. Duas aves dançam sobre as espumas assanhadas.
[...]
Estamos tranquilos. Fizemos este verão com paciência e firmeza, como os veteranos fazem a guerra."
(Rubem Braga: O desaparecido, in A traição das elegantes. Rio de Janeiro: Editora Sabiá, 1967.)

 Numere a segunda coluna de acordo com a primeira, identificando as figuras de linguagem apresentadas.
I.      Comparação (equivalência expressa entre dois elementos)
II.    Metáfora (comparação implícita entre dois elementos)
III.   Metonímia (substituição de um termo por outro, existindo entre eles uma ligação de sentido)
IV.  Prosopopeia (atribuição a seres inanimados ou irracionais de características humanas)
V.    Pleonasmo (repetição de uma ideia expressa na frase) ( )"um grande vento frio cavalgando as ondas"
( )"duas aves dançam" / "espumas assanhadas" ( )"como os veteranos fazem a guerra"
(  )Minha alma é um poço de alegria. ( )Gosto de ler Rubem Braga.
( )As crônicas de Rubem Braga, eu sempre as leio.
Assinale a alternativa que apresenta, de cima para baixo, a resposta correta.
a)    IV – IV – I – II – III – V
b)    II – I – IV – III – V – V
c)    II – IV – I – V – II – III
d)   

IV – III – II – V -III – I

COMENTÁRIOS

Alternativa correta: letra "a"
Item "IV" – Prosopopeia = cavalgar não é uma ação pertinente ao vento, mas sim a humanos.
Item "IV" – Prosopopeia = dançar não é uma característica de aves, assim como

“assanhadas” não é uma qualidade que possa ser atribuída, no sentido denotativo, às espumas do oceano.
Item "I" – Comparação = compara as atitudes da pessoa do discurso do texto (nós) às atitudes de veteranos de guerra.
Item "II" – Metáfora = aqui há uma comparação implícita entre alma e poço, empregando uma pela outra.
Item "III" – Metonímia = figura de linguagem baseada no uso de um nome no lugar de outro, pelo emprego da parte pelo todo, do efeito pela causa, do autor pela obra, do continente pelo conteúdo etc. Neste caso, usou-se o nome do autor ao invés do nome do livro ou livros de sua autoria.
Item "V" Pleonasmo = aqui existe a repetição da ideia expressa pelos termos “as crônicas” quando se usa o pronome oblíquo “as”.
As crônicas de Rubem Braga, eu sempre as leio. (eu sempre leio as crônicas)


Texto para a próxima questão.
CINEMA – O Filme 300, que conta com a participação do ator Rodrigo Santoro, é um grande sucesso de bilheteria e está há seis semanas nos rankings dos filmes mais vistos no Brasil e no exterior. O filme conta a história de uma batalha entre Persas e Espartanos, onde os Espartanos lutam apenas com 300 soldados e os Persas com um número bem superior.
Para você que gosta de um bom filme não deixe de assistir300. (Correio de Icaraí,
abril de 2007

 No período que encerra o texto, predomina uma função da linguagem. Aponte-a.
a)    emotiva.
b)    apelativa.
c)    referencial.
d)    metalinguística.
e)   

poética.

COMENTÁRIOS

Alternativa correta: letra "b" – No último período predomina a função apelativa determinada pela expressão: “... Você que gosta de um bom filme...”.
Alternativa "a" – Não há nenhuma função emotiva no referido período.
Alternativa "c" – Apesar de se referir ao filme “300”, a predominância é da função apelativa.
Alternativa "d" – Não há nenhuma transcendência ou mudança de linguagem no último período do texto.
Alternativa "e" – O que menos admite o último período do texto é uma função poética da linguagem.

Charge.





Disponível em: <http://www2.uol.com.br/niquel/bau.shtml>. Acesso em: 21 dez. 2009.
 A palavra cuja pronúncia imita o som natural do que é significado, para representar o ruído do telhado desabando (no 2° quadrinho), chama-se
a)    interjeição.
b)    vocativo.
c)    metáfora.
d)    onomatopeia.
e)   

estrangeirismo.

COMENTÁRIOS

Alternativa correta: letra "d" – “CRÁS” – Palavra formada com intenção de reproduzir o som de um fato, ou ocorrência é onomatopeia, por exemplo, “cabrum” do trovão etc.
Alternativa "a" – Interjeição é quando a palavra expressa sentimento, desejo, alegria, etc.
Alternativa "b" – Vocativo é termo que se emprega para chamar, invocar o interlocutor.
Alternativa "c" – Ocorre uso de metáfora quando se emprega palavra com significado diverso do comum, por exemplo, “Esse homem é um touro”.
Alternativa "e" – Estrangeirismo, às vezes considerados barbarismo, é o uso de termos estrangeiros, por exemplo, boate, menu etc.



 Assinale a alternativa que apresenta a função predominante no fragmento abaixo.
Deus, ó Deus, onde estás que não respondes? Em que mundo, em que estrela tu te escondes Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito... Onde estás, Senhor Deus?
(Castro Alves)
a)    Função fática.
b)    Função apelativa.
c)    Função poética.
d)    Função referencial.
e)   

Função metalinguística.

COMENTÁRIOS

Alternativa correta: letra "b" – Função Apelativa. A mensagem do fragmento está focada no receptor e constitui-se de forma a chamar sua atenção. Usa a 2ª pessoa do discurso (tu), usa vocativo. Essa função é a mais persuasiva de todas e centra-se no outro, ou seja, no interlocutor,
Alternativa "a" – Não é função fática Essa função ocorre para pôr o veículo de comunicação em destaque, ou seja, destacar o meio pelo qual é enviada a mensagem.
Alternativa "c" – Não é função poética, não está centrada na própria mensagem. A função poética é capaz de despertar prazer no leitor.
Alternativa "d" – Não é função referencial. A função referencial destaca objetivamente o referente da mensagem. Ex.: Descrição de uma doença numa tese de doutorado.
Alternativa "e" – Não é função metalinguística Na função metalinguística a “linguagem fala da própria linguagem”. Ex. os dicionários, as gramáticas.


 Encontra-se um exemplo de antítese – figura de linguagem que apresenta oposição de ideias – na seguinte opção:
a)    “Luz, quero luz. / Sei que além das cortinas/ São palcos azuis...” (Chico Buarque)
b)    “Dia ímpar tem chocolate/ Dia par eu vivo de brisa/ Dia útil ele me bate/ Dia santo ele me alisa...” (Chico Buarque)
c)    “Vivia a te buscar/ Porque pensando em ti/ Corria contra o tempo...” (Chico Buarque)
d)    “Vida, minha vida/ Olha o que é que eu fiz/ Verti minha vida/ Nos cantos, na pia...” (Chico Buarque)
e)   

“Como num romance/ O homem dos meus sonhos/ Me apareceu no dancing...” (Chico Buarque)

COMENTÁRIOS

Alternativa correta: letra "b" – Constitui exemplos de antítese “Dia ímpar”... / “Dia par”... / “Dia útil”... / “Dia santo”... .
Alternativa "a" – Nesta opção ocorre metáfora.

Alternativa "c" – Correr contra o tempo, também metáfora.
Alternativa "d" – Aqui ocorre metáfora.
Alternativa "e" – A figura nesta opção é sinestesia

Assinale a alternativa que apresenta metáfora.
a)    Ele já se casou mil vezes.
b)    10 anos atrás, as separações não- consensuais representavam 17% das ocor•rências.
c)    Para algumas pessoas, o casamento é como uma prisão.
d)   

Para algumas pessoas, o divórcio é um inferno.

COMENTÁRIOS

Alternativa correta: letra "d" – Em “Para algumas pessoas, o divórcio é um inferno”. ocorre metáfora que é a mudança da significação comum de um termo .
Alternativa "a" – Em “Ele já se casou mil vezes” ocorre hipérbole que é uma afirmação com efeito exagerado.
Alternativa "b" – A frase “Há 10 anos atrás, as separações não- consensuais (...).” apresenta pleonasmo que consiste no emprego de termos redundantes. Se “há 10 anos”, só pode ser “atrás”. o termo “atrás” é redundante.
Alternativa "c" – Em “Para algumas pessoas, o casamento é como uma prisão” há uma armadilha, parece metáfora, mas não é. É comparação, porque os termos “casamento” e “prisão” estão unidos por conjunção, como.

Trecho para a questão.

A democracia já não se reduz a uma esperança, não é mais uma questão, não é apenas um direito, não é somente o apanágio de uma cidade ilustrada como Atenas, ou de um grande povo como o romano: é mais, é tudo nas sociedades modernas. De mera previsão, converteu- se em fato; de opinião controversa, transformou-se em realidade viva; deixou de ser puro direito para ser direito e força; passou de simples fenômeno local a lei universal e onipotente.

Enquanto alguns discutem ainda se ela deve ser, já ela é. Como o crescer silencioso, mas incessante, do fluxo do oceano, sobe e espraia-se calada, mas continuamente. Cada onda que se aproxima, e recua depois, estende os limites do poderoso elemento. Os espíritos que não veem muito deixam-se dormir, entretanto, recostados indolentemente à margem que as águas não tardarão em invadir, porque a enchente cresce linha a linha sem que a percebam, e, como a onda retrocede sempre, parece-lhes que, retrocedendo, perdeu todo o terreno vencido. (...)

Rui Barbosa. Obras completas de Rui Barbosa. Vol. I (1865-1871), tomo I, p. 19-20.
Internet: (com adaptações).

Utilizando-se de metáforas, o autor constrói texto argumentativo em que a democracia é retratada como o  oceano e  suas ondas, e os que nela não creem, representados como os “espíritos que não veem muito”.

(  ) certo              ( ) errado

COMENTÁRIOS

Certo - Pegadinha da banca. Diferença entre metáfora e comparação:

Metáfora: é um tipo de comparação implícita, sem termo comparativo, estabelecendo uma relação de semelhança, usando termos com significados diferentes do habitual.

Comparação: é bastante semelhante à metáfora, e é usada para confrontar características ou ações de alguns elementos. A comparação pode ser simples ou por símile, quando os dois elementos são de universos ou categorias distintas. No caso da comparação, existe uma palavra de conexão (como, parecia, tal, qual, assim, etc.).

No trecho mencionado no enunciado não há conjunção e por esse motivo trata-se de metáfora.

Poema para a questão.

Não há vagas

Ferreira Gullar
O preço do feijão não cabe no poema. O preço do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás a luz o telefone
a sonegação do leite
da carne do açúcar do pão.

O funcionário público não cabe no poema com seu salário de fome sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema o operário
que esmerila seu dia de aço e carvão
nas oficinas escuras

— porque o poema, senhores, está fechado: “não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago a mulher de nuvens
a fruta sem preço


O poema, senhores, não fede
nem cheira.

 O emprego do vocativo “senhores”, na terceira e na quarta estrofes, atenua o tom irônico do poema.
(  ) certo              ( ) errado

COMENTÁRIOS

Errado – O poema é irônico, claro, mas o vocábulo “senhores” possui função de vocativo, já que o autor está invocando os leitores.
Vocativo: é um termo que não possui relação sintática com outro termo da oração. Não pertence, portanto, nem ao sujeito nem ao predicado. É o termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético. Por seu caráter, geralmente se relaciona à segunda pessoa do discurso.


Trecho para a questão.

Sempre se soube que um dos principais entraves ao crescimento do Brasil é o gargalo educacional. Novas pesquisas, porém, revelam que o problema é muito mais grave do que se supunha. A mais recente, elaborada pelo Instituto Paulo Montenegro e pela ONG Ação
Educativa, mostrou que 38% dos estudantes do ensino superior no país simplesmente “não dominam habilidades básicas de leitura e escrita”. (...)

Editorial, O Estado de S.Paulo, 19/7/2012

 Em “A mais recente”, ocorre elipse da palavra pesquisa, que pode ser subentendida a partir do antecedente “pesquisas”.
(  ) certo              ( ) errado

COMENTÁRIOS

Certo – Elipse consiste na omissão de um ou mais termos numa oração que podem ser facilmente identificados, tanto por elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo contexto: A mais recente (pesquisa) mostrou que...
Observação - por ter gerado dúvida: zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita a omissão de um termo já mencionado anteriormente. A banca considerou ser uma forma de elipse.

Trecho para a próxima questão.
O fato tem gerado pressão de demanda nos hospitais. Em consequência, ampliação de despesas decorrentes de atendimento médico e de internação. Os acidentes de trânsito causam prejuízo anual de cerca de R$ 28 bilhões ao país – além das perdas irreparáveis de vidas.
A Gazeta (ES), "Editorial", 4/1/2009 (com adaptações).

 Subentende-se a omissão dos termos "tem gerado" antes de "ampliação".

COMENTÁRIOS

Certo – Sim, pois omissão de termos é uma figura de construção chamada zeugma (um tipo de elipse).
“O fato tem gerado pressão de demanda nos hospitais. Em consequência, (tem gerado) ampliação de despesas...”


Texto para a próxima questão.
O princípio de que o Estado necessita de instrumentos para agir com rapidez em situações de emergência está inscrito no arcabouço jurídico brasileiro desde a primeira Constituição, de 1824, dois anos após a Independência, ainda no Império. A figura do decreto-lei, sempre à disposição do Poder Executivo, ficou marcada no regime militar, quando a caneta dos generais foi acionada a torto e a direito, ao largo do Congresso, cujos poderes eram sufocados pela ditadura. Com a redemocratização, sacramentada pela Constituição de 1988, sepultou-se o decreto-lei, mas não o seu espírito, reencarnado na medida provisória.
Não se discute a importância de o Poder Executivo contar com dispositivos legais que permitam ao governo baixar normas, sem o crivo imediato do Congresso, que preencham os requisitos da "relevância e urgência". O problema está na dosagem, que, se exagerada, como ocorre atualmente, sufoca o Poder Legislativo.
O Globo, 19/3/2008 ( com adaptações)

A função da linguagem predominante no texto é
a)    metalinguística.
b)    poética.
c)    expressiva.
e) apelativa.

e) referencial.

COMENTÁRIOS

Alternativa correta: letra "e" – A linguagem referencial, que é utilizada no texto, transmite uma informação objetiva, expõe dados da realidade de modo objetivo, não faz comentários, nem avaliação. Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa do singular ou plural, pois transmite impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja, não há possibilidades de outra interpretação além da que está exposta.*
Alternativa "a" – Refere-se à metalinguagem, que é quando o emissor explica um código

usando o próprio código. Quando um poema fala da própria ação de se fazer um poema, por exemplo. Veja:
“Pegue um jornal Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema. Recorte o artigo.”
Esse trecho da poesia, intitulada “Para fazer um poema dadaísta” utiliza o código (poema) para explicar o próprio ato de fazer um poema.1
Alternativa "b" – O objetivo do emissor é expressar seus sentimentos através de textos que podem ser enfatizados por meio das formas das palavras, da sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas possibilidades de combinações dos signos linguísticos. É presente em textos literários, publicitários e em letras de música. Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0.
Na poesia, “Epitáfio para um banqueiro”, José de Paulo Paes faz uma combinação de palavras que passa a ideia do dia a dia de um banqueiro, de acordo com o poeta.2
Alternativa "c" – O objetivo do emissor é transmitir suas emoções e anseios. A realidade é transmitida sob o ponto de vista do emissor, a mensagem é subjetiva e centrada no emitente e, portanto, apresenta-se na primeira pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, interrogação e reticências) é uma característica da função emotiva, pois transmite a subjetividade da mensagem e reforça a entonação emotiva. Essa função é comum em poemas ou narrativas de teor dramático ou romântico. Por exemplo: “Porém meus olhos não perguntam nada./ O homem atrás do bigode é sério, simples e forte./Quase não conversa./Tem poucos, raros amigos/o homem atrás dos óculos e do bigode.” (Poema de sete faces, Carlos Drummond de Andrade)*
Alternativa "d" – O objetivo é de influenciar, convencer o receptor de alguma coisa por meio de uma ordem (uso de vocativos), sugestão, convite ou apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam estar no imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa (Você não pode perder! Ele vai melhorar seu desempenho!). Esse tipo de função é muito comum em textos publicitários, em discursos políticos ou de autoridade. Por exemplo: Não perca a chance de ir ao cinema pagando menos!3


Há linguagem figurada no(s) trecho(s)
I.      "abrindo à flor do rosto dois grandes olhos azuis".
II.    "vaporosa e ideal como uma criação de Shakespeare" em A moça em questão deve ser vaporosa e ideal como uma criação de Shakespeare.
III.   "A sua fala deve ser um murmúrio de harpa eólia". Assinale a opção correta.
a Apenas um dos itens está certo.
b)    Apenas os itens I e II estão certos.
c)    Apenas os itens I e III estão certos.
d)    Apenas os itens II e III estão certos.

1.     Fonte: http://www.brasilescola.com

2.     Fonte: http://www.brasilescola.com

3.     Fonte: http://www.brasilescola.com

e)   

Todos os itens estão certos.

COMENTÁRIOS

Alternativa correta: letra "e"
Nota da autora: Que tal relembrar a teoria de linguagem figurada?
Linguagem figurada são desvios das normas convencionais, não se encontram em padrões normais de comunicação. Tudo isso para se conseguir maior elegância ou ênfase na expressão. Vejamos as expressões que trazem a teoria à tona:

I.  flor do rosto;

II.  moça vaporosa;
III.  a fala ser um murmúrio de harpa eólia.

      Nasce o sol, e não dura mais que um dia. Depois da luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura Em contínuas tristezas a alegria.
Gregório de Matos Guerra. Obra poética de Gregório de Matos.
Rio de Janeiro: Record, 2.a ed. 1990.
Assinale a opção que apresenta a figura de linguagem predominante no trecho do poema acima.
a)    sinestesia
b)    comparação
c)    antítese
d)    eufemismo
e)   

hipérbole

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Alternativa correta: letra "c" – Antítese: figura de pensamento, e consiste na aproximação de termos contrários (opostos). Na poesia: luz x noite escura; triste x formosura; tristeza x alegria.
Alternativa "a" – Sinestesia: é a relação de planos sensoriais diferentes. O termo é usado para descrever uma figura de linguagem e uma série de fenômenos provocados por uma condição neurológica. Exemplo: o gosto com o cheiro, ou a visão com o olfato.
Alternativa "b" – Comparação: é uma figura de linguagem usada para confrontar qualidades ou ações de elementos. A relação entre esses elementos pode formar uma comparação simples ou uma comparação por símile. Exemplo: ela canta como um rouxinol o amor queima como fogo.
Alternativa "d" – Eufemismo: figura de linguagem – mais precisamente, figura de pensamento – que consiste  no emprego  de  palavras, expressões ou circunlóquios (rodeios  de palavras) em lugar de formas linguísticas cujo significado é considerado indecoroso, desagradável ou ameaçador e dessa maneira são evitadas em certo meio social. Exemplo: usa-se doente dos pulmões no lugar de "tuberculoso"; mal de Hansen, em vez de "lepra"; deficiente visual, em lugar de "cego"; Para "câncer", há várias expressões, como moléstia pertinaz, mal cruel e prolongado, doença ruim, aquela doença e outras.

Alternativa "e" – Hipérbole é a figura de linguagem que ocorre quando há exagero intencional numa ideia expressa, de modo a acentuar de forma dramática aquilo que se quer dizer, transmitindo uma imagem ampliada do real. Exemplo: Ele MORREU de rir da piada que contei.


Texto para a próxima questão.

Domício da Gama

Não sei se já aí chegaram notícias da Reforma Orthográphica... (Aí deixo, nestes maiúsculos e nestes h h, o meu espanto e a minha intransigência etimológica!). Realmente, depois de tantos anos de alarmante silêncio, a Academia fez uma coisa assombrosa: trabalhou! Trabalhou deveras durante umas três dúzias de quintas-feiras agitadas – e, ao cabo, expeliu a sua obra estranhamente mutilada, e penso que abortícia. Há ali coisas inviáveis: a exclusão sistemática do y, tão expressivo na sua forma de âncora a ligar-nos com a civilização antiga, e a eliminação completa do k, o hierático k.
Como poderei eu, rude engenheiro, entender o quilômetro sem o k, o empertigado k, com as suas duas pernas de infatigável caminhante, a dominar distâncias? Mas decretou a enormidade; e terei, doravante, de submeter-me aos ditames dos mestres.
Trecho de carta de Euclides da Cunha para Domício da Gama. In: Renato Lemos (Org.). Bem traçadas linhas: a história do Brasil em cartas pessoais. Rio de Janeiro: Bom
Texto, 2004, p. 223.

Assinale a opção que não apresenta exemplo de emprego de linguagem figurada no texto.
a)    "expeliu a sua obra"
b)    "penso que abortícia"
c)    "exclusão sistemática"
d)    "o empertigado k"
e)   

"infatigável caminhante"

COMENTÁRIOS

Alternativa correta: letra "c" – Sentido denotativo, real. Exclusão: ato de excluir-se; sistemática: inflexível, radical.
Vejamos os empregos conotativos nas alternativas da questão, isto é, os sentidos figurados.
Alternativa "a" – Expelir: conotação, por se tratar de obra.
Alternativa "b" – Abortícia: conotação. Alternativa "d" – Empertigado: conotação. Alternativa "e" – Infatigável: conotação.

 


Assinale a alternativa que corretamente define a figura de linguagem empregada no trecho.

a)  Não leu Ariano Suassuna. (personificação)
b)  Faltei com a verdade ao dizer que fui bem na prova. (ironia)
c)  Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres Que ninguém mais merece tanto amor e amizade
Que ninguém mais deseja tanto poesia e sinceridade
Que ninguém mais precisa tanto de alegria e serenidade. - Vinícius de Moraes. (anáfora)
d)  Agora, o cheiro áspero das flores
leva-me os olhos por dentro de suas pétalas. - Cecília Meireles. (gradação)
e)  Acordo para a morte.
Barbeio-me, visto-me, calço-me. - Carlos Drummond de Andrade (polissíndeto)

Ø    Comentários:
Resposta correta: “c” Anáfora consiste na repetição de palavras ou expressões com o objetivo de enfatizar uma ideia. Na poesia de Vinícius de Moraes: Que ninguém mais, Que ninguém mais, Que ninguém mais.

a)    Não ocorreu personificação, mas sim metonímia.
-  Personificação: também chamada prosopopeia, consiste na atribuição de características humanas, como sentimentos, linguagem humana e ações do homem, a coisas não humanas. .
-  Metonímia: É a substituição de uma palavra por outra sendo que, entre ambas, há uma
proximidade de sentidos, uma relação de implicação. Na frase, equivale a “Não leu a obra de Ariano Suassuna.”
b)  Faltei com a verdade é o mesmo que mentir, ou seja, ocorre um eufemismo: utilizamos palavras ou expressões que atenuam e substituem outras que produzem um efeito desagradável e chocante.
-  Ironia: É a expressão de ideias com significado oposto ao que se realmente pensa ou acredita.
d)  O cheiro áspero das flores é sinestesia: textos que expressam as sensações humanas, com o cruzamento de palavras referentes aos cinco sentidos.

-  Gradação: as ideias aparecem de forma crescente ou decrescente dentro de um
texto. Exemplo: A mulher foi-se encolhendo, agarrada aos braços da poltrona. Cravou o olhar esgazeado no retângulo negro do céu. Encolheu-se mais ainda, cruzando os
braços. Limpou as mãos pegajosas no brocado da bata. Susteve a respiração.(Lygia Fagundes Telles)

e)  A figura de linguagem é assíndeto e não polissíndeto. Barbeio-me (e) visto-me (e) calço-me.
-  Assíndeto: há omissão das conjunções.
-  Polissíndeto: Consiste na repetição de conjunções para garantir um texto mais expressivo. Exemplo: Deus criou o sol e a lua e as estrelas. E fez o homem e deu-lhe inteligência e fê-lo chefe da natureza.

Na frase “Ao ódio venceu o amor.”, a figura de linguagem utilizada é:
a)  hipérbato.
b)  comparação.
c)  metáfora.

d)  antítese.
e)  paradoxo.

Ø  Comentários:
Resposta correta: “a” Hipérbato é o mesmo que inversão. Ao ódio venceu o amor equivale a O amor venceu ao ódio. É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da ordem direta dos termos da oração.
b)  comparação: consiste na aproximação entre dois objetos por meio de uma característica semelhante entre eles, dando a um as características do outro. Difere da metáfora porque possui, obrigatoriamente, termos comparativos. Em suma, é uma comparação explícita. Exemplo: Tempo é como dinheiro.
c)  metáfora: é um tipo de comparação, mas sem os termos comparativos (tal como, como, são como, tanto quanto, etc). Na metáfora, a comparação entre dois elementos está implícita, trazendo uma relação de semelhança entre eles. Exemplo: Tempo é dinheiro.

d)  antítese: consiste no uso de palavras, expressões ou ideias que se opõem. Exemplo: De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto (Vinícius de Moraes)

e)  paradoxo: é a presença de elementos que se anulam numa frase, trazendo à tona uma situação que foge da lógica. Exemplo:
Caixa de Texto: Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer; (Luís de Camões)


A situação do paradoxo aqui é clara: os elementos marcados se anulam, trazendo uma série de questionamentos. Como pode uma ferida, algo que causa dor física, não ser sentida? Como o contentamento, que causa felicidade, pode ser descontente? Como a dor pode não doer?
Vemos claramente a fuga da lógica.*

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