Caros alunos! Para complementar seu estudo, este
material contém teoria e questões de figuras de linguagem. Espero que os ajude.
Não precisa copiar os textos. Realize sua leitura e responda em seu caderno
somente as questões. Não precisa fazer todas de uma vez. Responda-as
gradativamente, leia os comentários com as explicações e tirem suas dúvidas.
Primeiro resolva as
questões - há comentários. Caso haja dúvida, leia a parte teórica a partir da
página 23.
A charge abaixo, publicada no jornal O Dia (PI) em 1 de
abril de 2015, produz humor apoiada numa figura de linguagem expressa
graficamente, figura essa denominada:
a) metáfora;
b) metonímia;
c) hipérbole;
d) pleonasmo;
e) catacrese
COMENTÁRIOS
Resposta: “c”
Hipérbole é uma figura de
linguagem, classificada como figura de pensamento, que consiste em
exagerar uma ideia com finalidade expressiva. É um exagero intencional na
expressão.
OBSERVAÇÃO
Ao dizer que os psicopatas assumem o papel de parasitas e
predadores, o autor apela para uma figura de linguagem denominada:
a)
metonímia;
b) pleonasmo;
c) anacoluto;
d) eufemismo;
e) metáfora.
COMENTÁRIOS
Resposta: “e”
Metáfora consiste numa comparação
implícita, numa relação de similaridade, entre duas ou três
palavras ou expressões. Sentido figurado, conotativo.
Texto para a questão.
XÓPIS
Não foram os americanos que inventaram o shopping center.
Seus antecedentes diretos são as galerias de comércio de Leeds, na Inglaterra,
e as passagens de Paris pelas quais flanava, encantado, o Walter Benjamin. Ou,
se você quiser ir mais longe, os bazares do Oriente. Mas foram os americanos
que aperfeiçoaram a ideia de cidades fechadas e controladas, à prova de
poluição, pedintes, automóveis, variações climáticas e todos os outros
inconvenientes da rua. Cidades só de calçadas, onde nunca chove, neva ou venta,
dedicadas exclusivamente às compras e ao lazer – enfim, pequenos (ou enormes)
templos de consumo e conforto. Os xópis são civilizações à parte, cuja
existência e o sucesso dependem, acima de tudo, de não serem invadidas pelos
males da rua.
Dentro dos xópis você pode lamentar a padronização de lojas
e grifes, que são as mesmas em todos, e a sensação de estar num ambiente
artificial, longe do mundo real, mas não pode deixar de reconhecer que, se a
americanização do planeta teve seu lado bom, foi a criação desses bazares
modernos, estes centros de conveniência com que o Primeiro Mundo – ou pelo
menos uma ilusão de Primeiro Mundo – se espraia pelo mundo todo. Os xópis não
são exclusivos, qualquer um pode entrar num xópi nem que seja só para fugir do
calor ou flanar entre as suas vitrines, mas a apreensão causada por essas
manifestações de massa nas suas calçadas protegidas, os rolezinhos, soa como
privilégio ameaçado. De um jeito ou de outro, a invasão planejada de xópis tem
algo de dessacralização. É a rua se infiltrando no falso Primeiro Mundo. A
perigosa rua, que vai acabar estragando a ilusão.
As invasões podem ser passageiras ou podem descambar para
violência e saques. Você pode considerar que elas são contra tudo que os
templos de consumo representam ou pode vê-las como o ataque de outra
civilização à parte, a da irmandade da internet, à civilização dos xópis. No
caso seria o choque de duas potências parecidas, na medida em que as duas
pertencem a um primeiro mundo de mentira que não tem muito a ver com a nossa
realidade. O difícil seria escolher para qual das duas torcer. Eu ficaria com a
mentira dos xópis. (Veríssimo, O Globo, 26-01-2014.)
Ao dizer que os shoppings são “cidades", o autor faz uso de um tipo de linguagem figurada
denominada .
a)
metonímia.
b) eufemismo
c) hipérbole.
d) metáfora.
e) catacrese.
COMENTÁRIOS
Resposta: “d”
Há comparação
implícita: os shoppings são (como) “cidades".
Há um exemplo de
prosopopeia em:
a)
“Como eu invejo os que não esqueceram
a cor das primeiras calças que vestiram!”
b)
“E antes seja olvido que confusão; explico-me.”
c)
“Os rios, as montanhas, as igrejas
que não vi nas folhas lidas.”
d)
“Não, não, a minha memória não é boa.”
e) “... e os clarins soltam as notas
que dormiam no metal, e tudo marcha com uma alma imprevista.”
COMENTÁRIOS
Resposta: “e”
Texto para a
questão.
FILME ANTIGO
Cerradas
as cortinas do Fórum Social Mundial, algumas evidências saltaram do palco
armado em Belém para o desfile de líderes de movimentos que supostamente buscam
alternativas sociais e econômicas às políticas arquitetadas em Davos. A mais
cristalina foi a disparidade de reivindicações de um encontro convocado para
discutir os agravos ao meio ambiente da Amazônia. Num clima em que cada
movimento representado no encontro procurou puxar para sua agenda o mote das
discussões, abordou-se de tudo - da liberação da maconha à defesa do sexo
livre, numa pauta que atendia a todo o leque ideológico reunido no Pará.
No
entanto, o tema central do encontro - o desmatamento de uma região que perde um
Rio de Janeiro por mês de floresta – foi o que menos parece ter mobilizado os
participantes. Não sem motivo: o tópico há de ter criado embaraços para um dos
organizadores e uma das estrelas de maior grandeza do Fórum, o Movimento dos
Trabalhadores Rurais sem Terra, que faz vista grossa para a preocupante e
indefensável
realidade de que cerca de 30% da área desmatada da Amazônia é ocupada por
assentamentos alinhados com a política de ocupação defendida pelo MST.
Certamente
por isso, o MST preferiu alinhar-se com a banda de música bolivariana nas
invariáveis canções de protesto contra o inimigo comum do FSM - o
“neoliberalismo” reunido em Davos. Com o palco franqueado, os bolivarianos Hugo
Chávez e Evo Morales aproveitaram os microfones para lançar suas invariáveis
diatribes contra o demônio
capitalista. Nada
de novo no front, como se viu.
De
novo mesmo, só a constatação de que o MST já não demonstra o viço que parecia
esbanjar há alguns anos. Sem propostas concretas para problemas fundiários que
não passem por ações radicais, o grupo saiu do encontro ressoando palavras de
ordem vazias, que cabem em palanques, mas não se encaixam numa realidade mais
complexa do que a ultrapassada dicotomia capitalismo X socialismo.
(O Globo, 8/02/2009)
Sobre o problema do
desmatamento, explorado nesse texto, um poeta francês, Jacques Prévert, dizia:
“Tantas florestas arrancadas à terra / e trucidadas / acabadas / rotativizadas
/ Tantas florestas sacrificadas para a pasta de papel de bilhões de jornais
chamando anualmente a atenção dos leitores sobre os perigos do desmatamento dos
bosques e das florestas”.
A estrutura
significativa do texto se baseia num tipo de linguagem figurada denominado:
a) sinestesia.
b) pleonasmo.
c) paradoxo.
d) antítese.
e) metonímia.
COMENTÁRIOS
Resposta: “c” – Há, claramente, ideias contrárias: desmatam para imprimir jornais falando sobre o
desmatamento.
Relembre:
Sinestesia =
designa a união ou junção de planos sensoriais
diferentes.
Pleonasmo = repetição de um termo da oração ou do
significado de uma palavra ou expressão, isto é, alguma informação que é
repetida desnecessariamente.
Paradoxo = proposição aparentemente absurda, resultante da
união de ideias contraditórias.
Antítese = dois
termos que contrastam entre si. Ocorre quando há uma aproximação de
palavras ou expressões de sentidos opostos. O contraste que se estabelece
serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que não se
conseguiria com a exposição isolada dos mesmos.
Metonímia = é o emprego um termo no lugar de outro, havendo
entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido.
Texto para a
questão.
Eu e ele
No vertiginoso mundo dos computadores o meu, que devo ter
há uns quatro ou cinco anos, já pode ser definido como uma carroça. Nosso
convívio não tem sido muito confortável.
Ele
produz um texto limpo, e é só o que lhe peço. Desde que literalmente metíamos a
mão no barro e depois gravávamos nossos símbolos primitivos com cunhas em
tabletes até as laudas arrancadas da máquina de escrever para serem revisadas
com esferográfica, não havia processo de escrever que não deixasse vestígio nos
dedos. Nem o abnegado monge copiando escrituras na sua cela asséptica estava
livre do tinteiro virado. Agora, não. Damos ordens ao computador, que faz o
trabalho sujo por nós. Deixamos de ser trabalhadores braçais e viramos gerentes
de texto. Ficamos pós‐industriais. Com os dedos limpos.
Mas com um custo. Nosso trabalho ficou menos respeitável. O
que ganhamos em asseio perdemos em autoridade. A um computador não se olha de
cima, como se olhava uma máquina de escrever. Ele nos olha na cara. Tela no
olho. A máquina de escrever fazia o que você queria, mesmo que fosse a tapa. Já
o computador impõe certas regras. Se erramos, ele nos avisa. Não diz “Burro!”,
mas está implícito na sua correção. Ele é mais inteligente do que você. Sabe
mais coisas, e está subentendido que você jamais aproveitará metade do que ele
sabe. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando estiver sendo
programado por um igual. Isto é, outro computador. A máquina de escrever podia
ter recursos que você também nunca usaria (abandonei a minha sem saber para o
que servia “tabulador”, por exemplo), mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar
de quem só aguenta os humanos por falta de coisa melhor, no momento.
Eu e o computador jamais seríamos íntimos. Nosso
relacionamento é puramente profissional. Mesmo porque, acho que ele não se
rebaixaria ao ponto de ser meu amigo. E seu ar de reprovação cresce. Agora
mesmo, pedi para ele enviar esta crônica para o jornal e ele perguntou: “Tem
certeza?”
(Luís Fernando
Veríssimo)
O
computador é personificado no texto, atribuindo-se-lhe ações humanas. Assinale
o segmento que não comprova
essa afirmativa.
a)
“Ele nos olha na cara. Tela no olho.”
b)
“Já o computador impõe certas regras.”
c)
“Se erramos, ele nos avisa.”
d)
“Não diz ‘Burro!’.”
e) “Ele é mais inteligente do que
você. Sabe mais coisas, e está subentendido que você jamais aproveitará metade
do que ele sabe.”
COMENTÁRIOS
Resposta: “d” – Bela pegadinha da banca! O segredo está na negação: se o computador
não diz ‘burro’, não houve personificação. Simples assim.
Texto.
“Encostei-me
a ti, sabendo bem que eras somente onda. Sabendo bem que eras nuvem, depus a
minha vida em ti. Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil,
Fiquei sem poder chorar, quando caí.”
Nesse poema, a fim de caracterizar a transitoriedade dos
sentimentos, dos afetos, o eu lírico se vale de
a) hipérbole, intensificando, por meio de expressões exageradas, o relacionamento
amoroso.
b) eufemismo, empregando termos como encostei-me
e depus para amenizar a desilusão
amorosa.
c) antítese, apresentando expressões de sentido oposto, como Sabendo bem e sem poder chorar, a fim de
realçar os sentimentos do eu lírico.
d) metáfora, empregando palavras com sentido que não lhes é comum, para
mostrar a fragilidade dos sentimentos da pessoa amada.
e) pleonasmo, intensificando o sentimento amoroso do ser amado por meio da
redundância.
COMENTÁRIOS
Resposta: “d”
Metáfora é a
palavra ou expressão que produz sentidos figurados por meio de comparações
implícitas.
Trechos que evidenciam seu uso: sabendo bem que (tu) eras somente onda; Sabendo bem que (tu) eras nuvem.
Na
frase – Hoje vivemos o supremo paradoxo:
nunca se tiraram tantas fotos; nunca elas tiveram tão pouco valor. –, a palavra
paradoxo expressa ideia de
a)
contradição.
b) padronização.
c) igualdade.
d) modéstia.
e) descontentamento.
COMENTÁRIOS
Resposta: “a”
Paradoxo é a figura de linguagem
que consiste em empregar palavras que, mesmo opostas quanto ao
sentido se fundem num mesmo enunciado, ou seja, é contradição.
Em relação às figuras
de linguagem, assinale a alternativa que apresenta uma metonímia.
a) Ouço Mozart desde criança.
b) Ele esperou muito tempo por seu doce
abraço.
c) Sua boca é um túmulo.
d) A perna da mesa estava quebrada.
e) O ator famoso bateu as botas hoje.
COMENTÁRIOS
Resposta: “a”
A metonímia consiste em empregar
um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita
afinidade ou relação de sentido. No caso, usou o autor pela obra.
Esse conhecido provérbio exemplifica o uso de
duas figuras de linguagem, a saber:
a)
antítese e onomatopeia.
b) gradação e comparação.
c) hipérbato e silepse.
d) ironia e sinestesia.
e) metáfora e metonímia.
COMENTÁRIOS
Resposta: “c”
Hipérbato é inversão da estrutura
da frase. Ordem direta: todos temos um pouco de médico e de
louco;
Silepse é concordância com ideia
subentendida: Todos (nós) temos um pouco.
Assinale a única alternativa que contém um
exemplo (retirado de letras da MPB) de antítese.
a)
Você é minha droga, paixão e
carnaval. / Meu zen, meu bem, meu mal. (Caetano
Veloso)
b) Oh, Deus, perdoe este pobre coitado, / Que de joelhos chorou um bocado
(Gordurinha e Nelinho)
c) Por você eu largo tudo / Vou mendigar, roubar, matar (Cazuza)
d) Eu sou a mosca que perturba o seu sono / Eu sou a mosca no seu quarto a
zumbizar (Raul Seixas e Paulo Coelho)
e) Eu não posso mais ficar aqui a esperar / Que um dia de repente você
volte para mim (Roberto e Erasmo Carlos)
COMENTÁRIOS
Resposta: “a”
Antítese é o emprego de
palavras de sentidos opostos: bem e mal.
Ao
dizer que, na voz do povo, um trabalho de Antônio Cabeça-Branca “nunca mentiu
fogo”, o autor se utiliza de um recurso expressivo que consiste em estabelecer
aproximações semânticas. Ou seja, se uma arma é boa quando não falha ou “não
mente fogo”, assim também os trabalhos de Antônio são bons, porque nunca
falharam. Esse recurso se enquadra nas características de uma figura de
linguagem denominada
a)
aliteração.
b) eufemismo.
c) metáfora.
d) metonímia.
e) zeugma.
COMENTÁRIOS
Resposta: “c”
Fácil: sentido
conotativo, figurado.
Marque a alternativa
CORRETA. Há zeugma na seguinte assertiva:
a)
Minha mãe trabalha numa empresa
particular; eu, na pública.
b)
Uma pessoa torpe, uma criatura
limitada, um grão de pó perdido no universo, eis o que Roberto é.
c)
Na escuridão da madrugada, corria
gente de todos os lados, e atiravam.
d)
Esses escravos que se viram libertos, não penso nada contra eles, mas não servem para nós.
Esses escravos que se viram libertos, não penso nada contra eles, mas não servem para nós.
COMENTÁRIOS
Alternativa
correta: letra "a" – “zeugma” é o outro nome de “elipse”, figura de construção, que é a
omissão de um termo na oração, mas de fácil identificação no contexto. Ocorre Zeugma em “Minha mãe trabalha numa empresa particular; eu, trabalho na pública.” Houve zeugma ou elipse, do verbo “trabalho”.
Alternativa "b" – Repetição proposital de conjunção, ou pronome, constitui a figura de
construção polissíndeto. “Uma pessoa torpe, uma criatura limitada, um grão
de pó perdido (...)”.
Alternativa "c" – Afirmação exagerada, hipérbole na
expressão: “ (...) madrugada, corria gente
de todos os lados, e atiravam.”
Alternativa
"d" – Expressão que suaviza uma ideia
incômoda denomina-se eufemismo está
em: “Esses escravos (...), não penso nada contra eles, mas não servem
para nós.”
Considerando a presença de figuras de linguagem nas frases,
assinale a alternativa INCORRETA.
a)
"Meu pensamento é um rio
subterrâneo". Metáfora
b)
Sentia na boca um sabor de vida e
morte. Prosopopeia
c)
Gostava de ler Machado de Assis. Metonímia
d)
"Tristeza não tem fim, felicidade sim". Antítese
"Tristeza não tem fim, felicidade sim". Antítese
COMENTÁRIOS
Alternativa
correta: letra "b"– A figura de linguagem
usada nesta alternativa é o Paradoxo, figura resultante da aproximação de
palavras de ideias contraditórias (vida e morte) que aparentemente parecem se
excluir, mas que mediante o contexto reforçam a ideia retratada. Entenda,
também, a figura de linguagem atribuída indevidamente a esta alternativa: prosopopeia
(ou personificação) significa atribuir a seres inanimados (sem vida)
características de seres animados ou atribuir características humanas a seres
irracionais, a fim de tornar a comunicação mais dramática.
Alternativa
"a" – A metáfora consiste em estabelecer uma
analogia de significados entre duas palavras ou expressões, empregando uma pela
outra. Nesse caso, as características de “um rio subterrâneo” são atribuídas a
“pensamento”.
Alternativa
"c" – A metonímia consiste em empregar um
termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de
sentido. Neste caso, usa-se o autor como se fosse a obra: “Gostaria de ler (a
obra de) Machado de Assis”.
Alternativa
"d" – A antítese consiste em construir um
sentido através do confronto de ideias opostas: tristeza x felicidade.
Em
"São pessoas que surpreendem com um gesto ou uma fala fora do script, sem
nenhuma disposição para serem bonecos de ventríloquos.", a expressão
assinalada representa um exemplo de:
a)
metonímia;
b)
silepse;
c)
elipse;
d)
metáfora.
metáfora.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta:
letra "d"– A metáfora consiste em utilizar
uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma relação real,
mas em virtude de associações e semelhanças. Entenda melhor:
Ventríloquo = pessoa que domina a
técnica de falar quase sem mover os lábios, dando a impressão de que a voz vem
de outra fonte, como por exemplo “um boneco”. A metáfora aplicada aqui remete
ao boneco que não tem voz própria.
Alternativa
"a" – A metonímia consiste em empregar um
termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de
sentido. Observe o exemplo abaixo:
Autor
pela obra: Gosto de ler Machado de Assis.
(=
Gosto de ler a obra literária de Machado
de Assis.)
Alternativa "b" – Silepse é a concordância que se faz com o termo que não está expresso
no texto, mas sim com a ideia que ele representa. É uma concordância anormal,
psicológica,
espiritual,
latente, porque se faz com um termo oculto, facilmente subentendido. Há três
tipos de silepse: de gênero (A
chuvosa São Paulo), número (Como vai a turma? Estão bem?) e pessoa (Dizem que os paulistas somos trabalhadores).
Alternativa "c" – Elipse = Consiste na omissão de um ou mais termos numa oração que podem
ser facilmente identificados, tanto por elementos gramaticais presentes na
própria oração, quanto pelo contexto.
Texto para a
próxima questão.
"[...] Há um grande vento frio cavalgando as ondas, [...]. Duas
aves dançam sobre as espumas assanhadas.
[...]
Estamos tranquilos. Fizemos este verão com paciência e firmeza, como os
veteranos fazem a guerra."
(Rubem Braga: O desaparecido, in A traição das elegantes. Rio de
Janeiro: Editora Sabiá, 1967.)
Numere a segunda
coluna de acordo com a primeira, identificando as figuras de linguagem
apresentadas.
I.
Comparação (equivalência expressa
entre dois elementos)
II.
Metáfora (comparação implícita
entre dois elementos)
III.
Metonímia (substituição de um
termo por outro, existindo entre eles uma ligação de sentido)
IV.
Prosopopeia (atribuição a seres
inanimados ou irracionais de características
humanas)
V. Pleonasmo (repetição de uma ideia expressa na frase) ( )"um grande
vento frio cavalgando as ondas"
(
)"duas aves dançam" / "espumas assanhadas" ( )"como os
veteranos fazem a guerra"
( )Minha alma é um poço de alegria. ( )Gosto de ler Rubem Braga.
( )As crônicas de Rubem Braga, eu sempre as leio.
Assinale a
alternativa que apresenta, de cima para baixo, a resposta correta.
a)
IV – IV – I – II – III – V
b)
II – I – IV – III – V – V
c)
II – IV – I – V – II – III
d)
IV – III – II – V -III – I
IV – III – II – V -III – I
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra "a"
Item "IV" – Prosopopeia = cavalgar não é uma ação pertinente ao vento, mas sim a
humanos.
Item "IV" –
Prosopopeia = dançar não é uma característica de aves, assim como
“assanhadas” não é uma qualidade que possa ser atribuída,
no sentido denotativo, às espumas do oceano.
Item
"I" – Comparação = compara as atitudes da
pessoa do discurso do texto (nós) às atitudes de veteranos de guerra.
Item
"II" – Metáfora = aqui há uma comparação
implícita entre alma e poço, empregando uma pela outra.
Item
"III" – Metonímia = figura de linguagem
baseada no uso de um nome no lugar de outro, pelo emprego da parte pelo todo,
do efeito pela causa, do autor pela obra, do continente pelo conteúdo etc.
Neste caso, usou-se o nome do autor ao invés do nome do livro ou livros de sua
autoria.
Item "V" – Pleonasmo = aqui existe a repetição da ideia expressa pelos termos “as crônicas” quando se usa
o pronome oblíquo “as”.
“As crônicas de Rubem Braga, eu
sempre as leio. (eu sempre leio as
crônicas)
Texto
para a próxima questão.
CINEMA – O Filme 300, que conta com a participação do
ator Rodrigo Santoro, é um grande sucesso de bilheteria e está há seis semanas
nos rankings dos filmes mais vistos no Brasil e no exterior. O filme conta a
história de uma batalha entre Persas e Espartanos, onde os Espartanos lutam
apenas com 300 soldados e os Persas com um número bem superior.
Para você que gosta de um bom
filme não deixe de assistir300. (Correio de
Icaraí,
abril de 2007
No período que encerra o texto, predomina uma função da linguagem. Aponte-a.
a)
emotiva.
b) apelativa.
c)
referencial.
d) metalinguística.
e)
poética.
poética.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra
"b" – No último período predomina a função
apelativa determinada pela expressão: “... Você que gosta de um bom filme...”.
Alternativa "a" – Não
há nenhuma função emotiva no referido período.
Alternativa "c" – Apesar de se referir ao filme “300”, a predominância é da função
apelativa.
Alternativa "d" – Não há nenhuma transcendência ou mudança de linguagem no último período
do texto.
Alternativa "e" – O que menos admite o último período do texto é uma função poética da
linguagem.
Charge.
A palavra cuja pronúncia imita o som natural do que é significado, para
representar o ruído do telhado desabando (no 2° quadrinho), chama-se
a)
interjeição.
b) vocativo.
c) metáfora.
d) onomatopeia.
e)
estrangeirismo.
estrangeirismo.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra
"d" – “CRÁS” – Palavra formada com intenção de
reproduzir o som de um fato, ou ocorrência é onomatopeia, por exemplo, “cabrum”
do trovão etc.
Alternativa "a" – Interjeição
é quando a palavra expressa sentimento, desejo, alegria, etc.
Alternativa "b" – Vocativo é termo
que se emprega para chamar, invocar o interlocutor.
Alternativa "c" – Ocorre uso de metáfora quando se emprega palavra com significado
diverso do comum, por exemplo, “Esse homem é um touro”.
Alternativa "e" – Estrangeirismo, às vezes considerados barbarismo, é o uso de termos estrangeiros,
por exemplo, boate, menu etc.
Assinale a
alternativa que apresenta a função predominante no fragmento abaixo.
Deus, ó Deus, onde estás que não respondes? Em que mundo,
em que estrela tu te escondes Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito... Onde estás,
Senhor Deus?
(Castro Alves)
a)
Função fática.
b)
Função apelativa.
c)
Função poética.
d)
Função referencial.
e)
Função metalinguística.
Função metalinguística.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra "b" – Função Apelativa. A mensagem do fragmento está
focada no receptor e constitui-se de forma a chamar sua atenção. Usa a 2ª
pessoa do discurso (tu), usa vocativo. Essa função é a mais persuasiva de todas
e centra-se no outro, ou seja, no interlocutor,
Alternativa
"a" – Não é função fática Essa função ocorre
para pôr o veículo de comunicação em destaque, ou seja, destacar o meio pelo
qual é enviada a mensagem.
Alternativa
"c" – Não é função poética, não está
centrada na própria mensagem. A função poética é capaz de despertar prazer no
leitor.
Alternativa
"d" – Não é função referencial. A função
referencial destaca objetivamente o referente da mensagem. Ex.: Descrição de
uma doença numa tese de doutorado.
Alternativa
"e" – Não é função metalinguística Na função
metalinguística a “linguagem fala da própria linguagem”. Ex. os dicionários, as
gramáticas.
Encontra-se um exemplo de antítese – figura de linguagem que apresenta
oposição de ideias – na seguinte opção:
a)
“Luz, quero luz. / Sei que além
das cortinas/ São palcos azuis...” (Chico Buarque)
b)
“Dia ímpar tem chocolate/ Dia par
eu vivo de brisa/ Dia útil ele me bate/ Dia santo ele me alisa...” (Chico
Buarque)
c)
“Vivia a te buscar/ Porque
pensando em ti/ Corria contra o tempo...” (Chico Buarque)
d)
“Vida, minha vida/ Olha o que é
que eu fiz/ Verti minha vida/ Nos cantos, na pia...” (Chico Buarque)
e)
“Como num romance/ O homem dos meus sonhos/ Me apareceu no dancing...” (Chico Buarque)
“Como num romance/ O homem dos meus sonhos/ Me apareceu no dancing...” (Chico Buarque)
COMENTÁRIOS
Alternativa
correta: letra "b" – Constitui exemplos de
antítese “Dia ímpar”... / “Dia par”... / “Dia
útil”... / “Dia santo”... .
Alternativa "a" – Nesta
opção ocorre metáfora.
Alternativa "c" – Correr contra o
tempo, também metáfora.
Alternativa "d" – Aqui
ocorre metáfora.
Alternativa "e" – A figura nesta
opção é sinestesia
Assinale a
alternativa que apresenta metáfora.
a)
Ele já se casou mil vezes.
b)
Há 10 anos atrás,
as separações não- consensuais representavam 17% das ocor•rências.
c)
Para algumas pessoas, o casamento
é como uma prisão.
d)
Para algumas pessoas, o divórcio é um inferno.
Para algumas pessoas, o divórcio é um inferno.
COMENTÁRIOS
Alternativa
correta: letra "d" – Em “Para algumas
pessoas, o divórcio é um inferno”. ocorre metáfora que é a mudança da
significação comum de um termo .
Alternativa
"a" – Em “Ele já se casou mil vezes” ocorre hipérbole que é uma afirmação com efeito exagerado.
Alternativa
"b" – A frase “Há 10 anos atrás, as separações não- consensuais (...).” apresenta pleonasmo que consiste no emprego de termos
redundantes. Se “há 10 anos”, só pode ser “atrás”. o termo “atrás” é redundante.
Alternativa
"c" – Em “Para algumas pessoas, o casamento
é como uma prisão” há uma armadilha, parece metáfora, mas não é. É comparação, porque os termos
“casamento” e “prisão” estão unidos por conjunção, como.
Trecho para a
questão.
A democracia já não se reduz a uma
esperança, não é mais uma questão, não é apenas um direito, não é somente o
apanágio de uma cidade ilustrada como Atenas, ou de um grande povo como o
romano: é mais, é tudo nas sociedades modernas. De mera previsão, converteu- se
em fato; de opinião controversa, transformou-se em realidade viva; deixou de
ser puro direito para ser direito e força; passou de simples fenômeno local a
lei universal e onipotente.
Enquanto alguns discutem ainda se ela
deve ser, já ela é. Como o crescer silencioso, mas incessante, do fluxo do oceano,
sobe e espraia-se calada, mas continuamente. Cada onda que se aproxima, e recua
depois, estende os limites do poderoso elemento. Os espíritos que não
veem muito deixam-se dormir, entretanto, recostados indolentemente à margem
que as águas não tardarão em invadir, porque a enchente cresce linha a linha
sem que a percebam, e, como a onda retrocede sempre, parece-lhes que,
retrocedendo, perdeu todo o terreno vencido. (...)
Rui Barbosa. Obras completas de Rui Barbosa. Vol. I (1865-1871), tomo
I, p. 19-20.
Internet: (com adaptações).
Utilizando-se de metáforas, o autor constrói texto argumentativo em que a democracia
é retratada como o
oceano e suas ondas, e os
que nela não creem, representados como os “espíritos
que não veem muito”.
( ) certo (
) errado
COMENTÁRIOS
Certo - Pegadinha da banca.
Diferença entre metáfora e comparação:
Metáfora: é um tipo de comparação implícita, sem termo comparativo, estabelecendo
uma relação de semelhança, usando termos com significados diferentes do
habitual.
Comparação: é bastante semelhante à metáfora, e é usada para confrontar
características ou ações de alguns elementos. A comparação pode ser simples ou
por símile, quando os dois elementos são de universos ou categorias distintas.
No caso da comparação, existe uma palavra de conexão (como, parecia, tal, qual,
assim, etc.).
No trecho mencionado no enunciado não há conjunção e por
esse motivo trata-se de metáfora.
Poema para a
questão.
Não há vagas
Ferreira Gullar
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o
gás a luz o telefone
a sonegação do leite
da carne do açúcar do pão.
O funcionário
público não cabe no poema com seu salário de fome sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no
poema o operário
que esmerila seu dia
de aço e carvão
nas oficinas escuras
— porque o poema, senhores,
está fechado: “não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira.
O emprego do vocativo
“senhores”, na terceira e na quarta estrofes, atenua o tom irônico do poema.
( ) certo (
) errado
COMENTÁRIOS
Errado – O poema é irônico, claro, mas o vocábulo “senhores” possui função de
vocativo, já que o autor está invocando os leitores.
Vocativo: é um termo que não possui relação sintática com
outro termo da oração. Não pertence, portanto, nem ao sujeito nem ao predicado.
É o termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou
hipotético. Por seu caráter, geralmente se relaciona à segunda pessoa do
discurso.
Trecho para a
questão.
Sempre se soube que um dos principais
entraves ao crescimento do Brasil é o gargalo educacional. Novas pesquisas,
porém, revelam que o problema é muito mais grave do que se supunha. A mais
recente, elaborada pelo Instituto Paulo Montenegro e pela ONG Ação
Educativa, mostrou que 38% dos estudantes do ensino
superior no país simplesmente “não dominam habilidades básicas de leitura e
escrita”. (...)
Editorial, O
Estado de S.Paulo, 19/7/2012
Em “A mais recente”,
ocorre elipse da palavra pesquisa,
que pode ser subentendida a partir do antecedente “pesquisas”.
( ) certo (
) errado
COMENTÁRIOS
Certo – Elipse consiste na omissão de
um ou mais termos numa oração que podem ser facilmente identificados, tanto por
elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo contexto: A mais
recente (pesquisa) mostrou que...
Observação - por ter gerado dúvida: zeugma é
uma forma de elipse. Ocorre quando é
feita a omissão de um termo já mencionado anteriormente. A banca considerou ser
uma forma de elipse.
Trecho
para a próxima questão.
O fato tem gerado pressão de demanda nos hospitais. Em
consequência, ampliação de despesas decorrentes de atendimento médico e de
internação. Os acidentes de trânsito causam prejuízo anual de cerca de R$ 28
bilhões ao país – além das perdas irreparáveis de vidas.
A Gazeta (ES),
"Editorial", 4/1/2009 (com adaptações).
Subentende-se a
omissão dos termos "tem gerado" antes de "ampliação".
COMENTÁRIOS
Certo – Sim, pois omissão de termos é uma figura de construção chamada zeugma
(um tipo de elipse).
“O fato tem gerado pressão de demanda nos hospitais. Em
consequência, (tem gerado) ampliação de despesas...”
Texto para a próxima questão.
O princípio de que o Estado necessita de instrumentos
para agir com rapidez em situações de emergência está inscrito no arcabouço
jurídico brasileiro desde a primeira Constituição, de 1824, dois anos após a
Independência, ainda no Império. A figura do decreto-lei, sempre à disposição
do Poder Executivo, ficou marcada no regime militar, quando a caneta dos
generais foi acionada a torto e a direito, ao largo do Congresso, cujos poderes
eram sufocados pela ditadura. Com a redemocratização, sacramentada pela
Constituição de 1988, sepultou-se o decreto-lei, mas não o seu espírito,
reencarnado na medida provisória.
Não se discute a importância de o Poder Executivo contar
com dispositivos legais que permitam ao governo baixar normas, sem o crivo
imediato do Congresso, que preencham os requisitos da "relevância e
urgência". O problema está na dosagem, que, se exagerada, como ocorre
atualmente, sufoca o Poder Legislativo.
O Globo, 19/3/2008 ( com
adaptações)
A função da linguagem
predominante no texto é
a)
metalinguística.
b)
poética.
c)
expressiva.
e) apelativa.
e) referencial.
COMENTÁRIOS
Alternativa
correta: letra "e" – A linguagem
referencial, que é utilizada no texto, transmite uma informação objetiva, expõe
dados da realidade de modo objetivo, não faz comentários, nem avaliação.
Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa do singular ou plural, pois
transmite impessoalidade. A linguagem é
denotativa, ou seja, não há possibilidades de outra interpretação além da que
está exposta.*
Alternativa "a" – Refere-se à metalinguagem, que é quando o emissor explica um código
usando o próprio código.
Quando um poema fala da própria ação de se fazer um poema, por exemplo. Veja:
“Pegue
um jornal Pegue a tesoura.
Escolha
no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema. Recorte o
artigo.”
Esse trecho da poesia, intitulada “Para
fazer um poema dadaísta” utiliza o código (poema) para explicar o próprio ato
de fazer um poema.1
Alternativa
"b" – O objetivo do emissor é expressar seus
sentimentos através de textos que podem ser enfatizados por meio das formas das
palavras, da sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas possibilidades de
combinações dos signos linguísticos. É presente em textos literários,
publicitários e em letras de música. Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0.
Na poesia, “Epitáfio para um banqueiro”, José de Paulo
Paes faz uma combinação de palavras que passa a ideia do dia a dia de um
banqueiro, de acordo com o poeta.2
Alternativa
"c" – O objetivo do emissor é transmitir
suas emoções e anseios. A realidade é transmitida sob o ponto de vista do
emissor, a mensagem é subjetiva e centrada no emitente e, portanto,
apresenta-se na primeira pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, interrogação
e reticências) é uma característica da função emotiva, pois transmite a
subjetividade da mensagem e reforça a entonação emotiva. Essa função é comum em
poemas ou narrativas de teor dramático ou romântico. Por exemplo: “Porém meus
olhos não perguntam nada./ O homem atrás do bigode é sério, simples e
forte./Quase não conversa./Tem poucos, raros amigos/o homem atrás dos óculos e
do bigode.” (Poema de sete faces, Carlos Drummond de Andrade)*
Alternativa
"d" – O objetivo é de influenciar, convencer
o receptor de alguma coisa por meio
de uma ordem (uso de vocativos), sugestão, convite ou apelo (daí o nome da
função). Os verbos costumam estar no imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados
na 2ª ou 3ª pessoa (Você não pode perder! Ele vai melhorar seu desempenho!).
Esse tipo de função é muito comum em textos publicitários, em discursos
políticos ou de autoridade. Por exemplo: Não perca a chance de ir ao cinema
pagando menos!3
Há linguagem figurada
no(s) trecho(s)
I.
"abrindo à flor do rosto dois
grandes olhos azuis".
II. "vaporosa e ideal como uma criação de Shakespeare" em A moça em questão deve ser vaporosa e ideal
como uma criação de Shakespeare.
III. "A sua fala deve ser um murmúrio de harpa eólia". Assinale a
opção correta.
a Apenas um dos itens está certo.
b)
Apenas os itens I e II estão certos.
c)
Apenas os itens I e III estão certos.
d)
Apenas os itens II e III estão certos.
e)
Todos os itens estão certos.
Todos os itens estão certos.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra "e"
Nota da autora: Que tal relembrar a teoria de linguagem figurada?
Linguagem figurada são desvios das normas convencionais,
não se encontram em padrões normais de comunicação. Tudo isso para se conseguir
maior elegância ou ênfase na expressão. Vejamos as expressões que trazem a
teoria à tona:
I. flor do rosto;
II. moça vaporosa;
III. a fala ser um murmúrio de harpa eólia.
Nasce o sol, e não dura mais que um dia. Depois da luz se segue a noite
escura, Em tristes sombras morre a formosura Em contínuas tristezas a alegria.
Gregório de Matos Guerra. Obra poética de Gregório de Matos.
Rio de Janeiro: Record, 2.a ed. 1990.
Assinale a opção
que apresenta a figura de linguagem predominante no trecho do poema acima.
a)
sinestesia
b)
comparação
c)
antítese
d)
eufemismo
e)
hipérbole
hipérbole
COMENTÁRIOS
Alternativa
correta: letra "c" – Antítese: figura de
pensamento, e consiste na aproximação de termos contrários (opostos). Na
poesia: luz x noite escura; triste x formosura; tristeza x alegria.
Alternativa
"a" – Sinestesia: é a relação de planos
sensoriais diferentes. O termo é usado para descrever uma figura de linguagem e
uma série de fenômenos provocados por uma condição neurológica. Exemplo: o
gosto com o cheiro, ou a visão com o olfato.
Alternativa
"b" – Comparação: é uma figura de linguagem
usada para confrontar qualidades ou ações de elementos. A relação entre esses
elementos pode formar uma comparação simples ou uma comparação por símile. Exemplo: ela
canta como um rouxinol o amor queima como fogo.
Alternativa
"d" – Eufemismo: figura de linguagem – mais
precisamente, figura de pensamento – que consiste no emprego
de palavras, expressões ou
circunlóquios (rodeios de palavras) em
lugar de formas linguísticas cujo significado é considerado indecoroso, desagradável
ou ameaçador e dessa maneira são evitadas em certo meio social. Exemplo: usa-se
doente dos pulmões no lugar de "tuberculoso";
mal de Hansen, em vez de "lepra"; deficiente visual, em lugar de
"cego"; Para "câncer", há várias expressões, como moléstia
pertinaz, mal cruel e prolongado, doença ruim, aquela doença e outras.
Alternativa
"e" – Hipérbole é a figura de linguagem que
ocorre quando há exagero intencional numa ideia expressa, de modo a acentuar de
forma dramática aquilo que se quer dizer, transmitindo uma imagem ampliada do
real. Exemplo: Ele MORREU de rir da piada que contei.
Texto para a próxima questão.
Domício
da Gama
Não sei se já aí chegaram notícias da Reforma
Orthográphica... (Aí deixo, nestes maiúsculos e nestes h h, o meu espanto e a
minha intransigência etimológica!). Realmente, depois de tantos anos de
alarmante silêncio, a Academia fez uma coisa assombrosa: trabalhou! Trabalhou
deveras durante umas três dúzias de quintas-feiras agitadas – e, ao cabo, expeliu a
sua obra estranhamente mutilada, e penso que abortícia.
Há ali coisas inviáveis: a exclusão sistemática do y, tão expressivo
na sua forma de âncora a ligar-nos com a civilização antiga, e a eliminação
completa do k, o hierático k.
Como poderei eu, rude engenheiro,
entender o quilômetro sem o k, o empertigado k,
com as suas duas pernas de infatigável caminhante, a dominar
distâncias? Mas decretou a enormidade; e terei, doravante, de submeter-me aos
ditames dos mestres.
Trecho
de carta de Euclides da Cunha para Domício da Gama. In: Renato Lemos (Org.). Bem traçadas linhas: a história do Brasil
em cartas pessoais. Rio de Janeiro: Bom
Texto, 2004, p. 223.
Assinale a opção que não
apresenta exemplo de emprego de linguagem figurada no texto.
a)
"expeliu a sua obra"
b)
"penso que abortícia"
c)
"exclusão sistemática"
d)
"o empertigado k"
e)
"infatigável caminhante"
"infatigável caminhante"
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra
"c" – Sentido denotativo, real. Exclusão:
ato de excluir-se; sistemática: inflexível, radical.
Vejamos os empregos
conotativos nas alternativas da questão, isto é, os sentidos figurados.
Alternativa "a" – Expelir:
conotação, por se tratar de obra.
Alternativa "b" – Abortícia: conotação. Alternativa
"d" – Empertigado: conotação. Alternativa "e" – Infatigável: conotação.
Assinale a
alternativa que corretamente define a figura de linguagem empregada no trecho.
a) Não leu Ariano Suassuna. (personificação)
b)
Faltei com a verdade ao dizer que
fui bem na prova. (ironia)
c) Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres Que ninguém mais merece
tanto amor e amizade
Que ninguém mais
deseja tanto poesia e sinceridade
Que ninguém mais precisa tanto de alegria e serenidade.
- Vinícius de Moraes. (anáfora)
d) Agora, o cheiro áspero das flores
leva-me os olhos por
dentro de suas pétalas. - Cecília Meireles.
(gradação)
e) Acordo para a morte.
Barbeio-me,
visto-me, calço-me. - Carlos Drummond de
Andrade (polissíndeto)
Ø Comentários:
Resposta correta: “c” – Anáfora consiste na repetição de
palavras ou expressões com o objetivo de enfatizar uma ideia. Na poesia de
Vinícius de Moraes: Que ninguém mais,
Que ninguém mais, Que ninguém mais.
a) Não ocorreu personificação, mas sim
metonímia.
-
Personificação: também chamada prosopopeia,
consiste na atribuição de características humanas, como sentimentos, linguagem
humana e ações do homem, a coisas não humanas.
.
- Metonímia: É a substituição de uma palavra por outra sendo que, entre ambas, há uma
proximidade
de sentidos, uma relação de implicação. Na frase, equivale a “Não leu a obra de Ariano Suassuna.”
b) Faltei com a verdade é o mesmo que mentir, ou seja, ocorre um eufemismo: utilizamos palavras ou expressões que atenuam e
substituem outras que produzem um efeito desagradável e chocante.
- Ironia: É a expressão de ideias com significado oposto ao que se realmente
pensa ou acredita.
d) O cheiro áspero das flores é sinestesia: textos que
expressam as sensações humanas, com o cruzamento de palavras referentes aos
cinco sentidos.
- Gradação: as ideias aparecem de forma crescente ou decrescente dentro de um
texto. Exemplo: A
mulher foi-se encolhendo, agarrada
aos braços da poltrona. Cravou o olhar esgazeado
no retângulo negro do céu. Encolheu-se
mais ainda, cruzando os
braços.
Limpou as mãos pegajosas no brocado
da bata. Susteve a respiração.(Lygia Fagundes Telles)
e) A figura de linguagem é assíndeto e não polissíndeto. Barbeio-me (e) visto-me (e) calço-me.
- Assíndeto: há omissão das conjunções.
- Polissíndeto: Consiste na repetição de conjunções para garantir um texto mais
expressivo. Exemplo: Deus criou o sol e a
lua e as estrelas. E fez o homem e deu-lhe inteligência e fê-lo
chefe da natureza.
Na frase “Ao ódio
venceu o amor.”, a figura de linguagem utilizada é:
a) hipérbato.
b) comparação.
c) metáfora.
d) antítese.
e) paradoxo.
Ø
Comentários:
Resposta correta: “a” – Hipérbato é o mesmo que inversão. Ao
ódio venceu o amor equivale a O amor venceu ao ódio. É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da ordem direta
dos termos da oração.
b)
comparação: consiste na
aproximação entre dois objetos por meio de uma característica semelhante entre
eles, dando a um as características do outro. Difere da metáfora porque possui,
obrigatoriamente, termos comparativos. Em suma, é uma comparação explícita.
Exemplo: Tempo é como dinheiro.
c)
metáfora: é um tipo de comparação,
mas sem os termos comparativos (tal como,
como, são como, tanto quanto,
etc). Na metáfora, a comparação entre dois elementos está implícita, trazendo
uma relação de semelhança entre eles. Exemplo: Tempo é dinheiro.
d) antítese: consiste no uso de palavras, expressões ou ideias que se
opõem. Exemplo: De repente do riso fez-se
o pranto
Silencioso
e branco como a bruma E das bocas unidas
fez-se a espuma
E das mãos espalmadas
fez-se o espanto (Vinícius de Moraes)
e) paradoxo: é a presença de elementos que se anulam numa frase, trazendo
à tona uma situação que foge da lógica. Exemplo:
A situação do
paradoxo aqui é clara: os elementos marcados se anulam, trazendo uma série de
questionamentos. Como pode uma ferida, algo que causa dor física, não ser
sentida? Como o contentamento, que causa felicidade, pode ser descontente? Como
a dor pode não doer?
Vemos claramente a fuga da lógica.*
*Fonte: http://rachacuca.com.br/
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