segunda-feira, 23 de março de 2020

PROFESSORA DEBORA - LÍNGUA PORTUGUESA - 6° C - LER OS TEXTOS - RESPONDER AS QUESTÕES E JUSTIFICAR

Leia o texto e responda às questões 01 e 02. JUSTIFIQUE AS RESPOSTAS

O vendedor de pérolas Denyse Cantuária 

Era um menino de cabelos arrepiados pelo vento marinho e olhos acesos a procurar novidades em tudo. Usava roupas encardidas de tanto passar as mãos nelas, enquanto os pés, chatos como salamandras, andavam pelo lamaçal do cais do porto. A ilha onde ele morava tinha caminhos feitos com toras de madeira empilhadas e amarradas por cordas, impedindo a vontade da natureza de escorrer terra adentro. Uma espécie de parede construída para observar e receber os barcos que chegavam. Miraldo ouvia sempre a mesma lenga-lenga dos trabalhadores do lugar: - Oh menino! Tu tens pés que mais parecem nadadeiras de tubarão de tanto andar descalço nesses lamaceiros de escamas de peixe e sal. Anda a procurar um sapato, vai! O que o garoto retrucava: - Como comprarei sapatos? O pouco que ganho com as moedas recebidas em troca das sacolas carregadas até os carros nem compram um peixe grande para alimentar meus irmãos! Dito isto, ganhava dos homens do cais alguns peixes pequenos a serem levados para a família. Enquanto o dinheiro para os sapatos tão desejados... nunca chegava! CANTUÁRIA, Denyse. O vendedor de pérolas. São Paulo: Noovha América, 2010. p. 5-6. 6EF_22ED_LP_REVISAO_2.indd 2 26/04/2019 11:14:15 

Questão 01 
No texto, os trabalhadores deram um tipo de ordem a Miraldo. O trecho que indica isso é:  
(A) “Oh menino!”. (B) “Como comprarei sapatos?”. (C) “Anda a procurar um sapato, vai!”. (D) “[...] sapatos tão desejados... nunca chegava!”.

 Questão 02 
Para conseguir moedas, Miraldo 
(A) caminhava pelo lamaçal do cais do porto. (B) conversava com os trabalhadores do local. (C) andava sem sapatos e com roupas encardidas. (D) carregava sacolas de compras até os carros.

 Leia os textos I e II e responda às questões 03 e 04. 

Texto I 
A inveja dos nomes Orígenes Lessa Vira-lata sou. Cão sem dono. Esta condição de cão sem dono foi um dos complexos da minha vida longo tempo. Sem dono e sem nome. Filho de pai desconhecido [...] cresci ao acaso das ruas. Não me lembro muito da primeira infância. Pela contagem dos homens devo ter doze ou quatorze anos, sou quase um velho. Pelo menos foi isso o que ouvi, não faz muito, de dois caras que me observavam com ar de entendidos. Um deles dizia: 
Esse bicho é velho pra cachorro! Olhei com desprezo os dois infelizes. Idade não se mede pelo tempo vivido [...], mas pelo desgaste deixado. Eu sou o mesmo que era há não sei quanto tempo. A mesma disposição, a mesma alegria, a mesma coragem na luta pela comida difícil, a mesma rapidez no revólver uma lata do que os homens chamam de lixo [...]. Tenho a mesma ligeireza no fugir ao fantasma das carrocinhas 1 que têm levado tantos dos nossos irmãos para destinos incertos. A mesma capacidade de evitar os colegas atacados pela raiva, que eu tão cedo aprendi, nos dias longínquos da inexperiência, quando ainda me agoniava por não ter nome nem dono. [...] 

A Inveja dos nomes. In Confissões de um Vira-Lata. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d. p. 20-21.

 Texto II 
Disponível em: . Acesso em: 11 fev. 2019. 1 - Carrocinha: veículo utilizado para recolher cães que andam soltos pelas ruas. 

 Questão 03 
Os Textos I e II têm em comum
(A) a curiosidade que carrocinhas provocam em cães e gatos. (B) o medo que os cachorros de rua possuem de carrocinhas. (C) a quantidade de cães vira-latas que vivem soltos nas ruas. (D) o jeito dos cães mostrarem que não gostam de humanos. 

Questão 04 
Releia o Texto I “A inveja dos nomes”. 
A história fala sobre um cachorro que (A) morava nas ruas. (B) procurava um dono. (C) foi capturado pela carrocinha. (D) adquiriu a doença da raiva. Leia o texto e responda à 

questão 05. 
A formiga e a pomba Esopo Uma formiga, sedenta, desceu a uma fonte e, arrastada pela correnteza, estava para afogar-se. Uma pomba, ao ver isso, arrancou um galho de uma árvore e o jogou na fonte. Subindo nele, a formiga salvou-se. Um caçador de pássaros, depois disso, avançou com uma armadilha de galhinhos para prender a pomba. A formiga, vendo isso, mordeu o pé do caçador, que, com a dor, atirou fora os galhinhos, e imediatamente a pomba fugiu.
 ESOPO. Fábulas completas. São Paulo: Moderna, 2004. p. 136. (Coleção travessias) 6EF_22ED_LP_REVISAO_2.indd 5 26/04/2019 11:14:15 

questão 05 
No texto, a palavra “nele”, está se referindo a (A) pé. (B) galho. (C) pássaro. (D) caçador. Leia os Textos I e II e responda à 

questão 06.
 Texto I Disponível em: . Acesso em: 25 fev. 2018. 6EF_22ED_LP_REVISAO_2.indd 6 26/04/2019 11:14:16 
 Texto II Disponível em: . Acesso em: 11 fev. 2019. 

Questão 06 
Os Textos I e II têm em comum (A) as flechas do Cupido, o deus do amor. (B) as personagens fugindo das flechadas. (C) os lugares em que as personagens estão. (D) os corações vermelhos na ponta das setas. 

 questão 07. 

O Caracol e a Pitanga Millôr Fernandes Há dois dias o caracol galgava2 lentamente o tronco da pitangueira3 , subindo e parando, parando e subindo. Quarenta e oito horas de esforço tranquilo, de caminhar quase filosófico. De repente, enquanto ele fazia mais um movimento para avançar, desceu pelo tronco, apressadamente, no seu passo fustigado4 e ágil, uma formiga maluca, dessas que vão e vêm mais rápidas que coelho de desenho animado. Parou um instantinho, olhou zombeteira5 o caracol e disse: - Volta, volta, volta! Que é que você vai fazer lá em cima? Não é tempo de pitanga. - Vou indo, vou indo - respondeu calmamente o caracol. - Quando eu chegar lá em cima vai ser tempo de pitanga. FERNANDES. Millôr. Fábulas Fabulosas. Rio de Janeiro: Nórdica, 1967. p. 67. (adaptado) 

Questão 07 
O caracol subia o tronco da pitangueira (A) apressadamente. (B) lentamente. (C) zombeteiro. (D) fustigado. 

2 - Galgava: subia, escalava. 3 - Pitangueira: árvore que dá pitangas (pequenas frutas vermelhas). 4 - Fustigado: castigado, cansado. 5 - Zombeteira: aquela que zomba, tira sarro. 

Leia o texto e responda às questões 08, 09 e 10. 

Tudo nos conformes Carlos Heitor Cony Não lhe sabia o nome, apenas o apelido. Era “Conformes”. Frequentava nossa roda no Leme, um grupo de jornalistas, escritores, gente do cinema e do teatro, ele se aproximava, ninguém sabia de onde vinha nem quem era. Esfregava as mãos, sentava-se na mesa e perguntava: - Como é? Está tudo nos conformes? Pois naquela viagem para Recife, mal sentei na poltrona preferida, 7L, dei de cara com Conformes, que estava no assento ao lado. Para variar, ele esfregou as mãos e perguntou: - Como é? Está tudo nos conformes? Respondi que sim, para evitar conversa. Três horas de avião com um chato ao lado é dose. Se tudo estava nos conformes, o tempo não estava nada para conformes. Mal o avião decolou, começou a jogar. O tempo péssimo e o aparelho pior, não ganhava altura. Comecei a suar frio. E mais frio suava quando via Conformes, na poltrona do lado, dormindo em paz, sem dar bola para o pânico que aumentava em mim e nos demais passageiros. Mas tudo tem limite. O avião começou a beirar a copa das árvores de uma pequena floresta, o piloto manobrava à direita e à esquerda, tentando desviar-se do perigo, eu sabia que, após a floresta, viria a montanha. E com o avião sem altura, o choque seria fatal. Irritei-me com Conformes. Dei um jeito de acordá-lo. Lívido, a testa encharcada, mãos crispadas de terror, mostrei-lhe a janela, as árvores passando rente à cabine. Os passageiros gritando, um deles garantindo que Deus nos salvaria. Conformes olhou lá fora, não disse nada. Levantou-se, cambaleando foi até a cabine. Se a situação estava péssima, ficaria pior com Conformes lá dentro. Consegui vencer o pânico e chamar a comissária, dando o alerta: - Olha! Tem um louco lá dentro, saiu daqui agora mesmo, é um idiota, tirem o sujeito de lá! A comissária, que estava alarmada, mais alarmada ficou. Alguns passageiros já estavam gritando, chorando e rezando, com a notícia de um louco na cabine gritaram, choraram e rezaram com mais veemência. Fechei os olhos, esperando a morte. Senti que o avião continuava a descer,  estávamos agora no meio das árvores. Eu chegava ao fim dos meus dias. Cerrei os punhos esperando o impacto final. O avião sacolejou, sacolejou muito e só então percebi que o aparelho conseguira aterrissar numa clareira providencial. Estávamos salvos mas o avião devia estar em pedaços. Estava. Galhos de árvores haviam invadido a cabine, vidros destroçados, forte cheiro de queimado em toda parte. Fui à cabine agradecer a perícia do piloto que nos salvara. Encontrei Conformes no comando, com a cara de sempre. Só então fiquei sabendo que ele era instrutor na FAB, medalhado e tudo o mais. Ele olhou para mim, livrando-se do cinto que o amarrava à cadeira do comandante. Esfregou as mãos e perguntou: - Como é? Está tudo nos conformes?

 CONY, Carlos Heitor. Et al. Tudo nos conformes. In: ______. Contos de pânico. São Paulo: Marco Zero, 2004. p. 09-13. (adaptado). 

Questão 08 

No texto “Tudo nos conformes”, (A) o narrador conta e participa da história. (B) o narrador fala somente sobre Conformes. (C) conformes é um dos narradores da história. (D) conformes é narrador e personagem do conto. 

Questão 09 

De acordo com o texto, Conformes era um reconhecido (A) jornalista. (B) escritor. (C) instrutor. (D) passageiro.
 Questão 10 
no trecho “Olha! Tem um louco lá dentro [...]”, a parte em destaque se refere 
(A) a avião. (B) à cabine. (C) a bagageiro. (D) à condução.

 Leia o texto e responda à questão 11. 

Foi na estação das águas que Antônio chegou. Dizem que nasceu antes do tempo6 . Pediram galinhas gordas emprestadas aos vizinhos. Secaram suas roupas no canto do fogão. Jogaram seu umbigo na correnteza. Nasceu tão fraco que recebeu o batismo em casa, na correria, sem festas. Para padrinhos, escolheram casal de amigos bem próximos, com muitas desculpas. A morte sem batismo condenaria o menino, mesmo inocente, a viver eternamente no limbo, lugar sem luz. Enrolado em mantas de franjas bordadas com pontos e cores, todos desejavam ver aquele menino – fruto temporão7 – dormindo no canto do catre8 da mãe. Mas Antônio, como se ainda submerso num mundo anterior ao nosso, desconhecia as visitas. [...] QUEIRÓS, Bartolomeu Campos de. Indez. São Paulo: Global, 2004. p. 10. 6 - “nasceu antes do tempo”: nasceu antes dos nove meses, nasceu prematuro. 7 - “fruto temporão”: fruto que nasce fora da época. - Catre: espécie de cama, leito simples. 

 Questão8  11 “Fruto temporão” é característica (A) da mãe. (B) das visitas. (C) do menino. (D) dos padrinhos. 

Leia o texto e responda à questão 12. 

Prisioneiros da Selvas Francisco Marins Não posso me esquecer das grandes emoções daquele dia em que, em meio a terrível tempestade, eu, Perova e o indiozinho Pixuíra escapamos de morrer afogados, bem em frente da serra fantástica, que meu tio Juvenal tanto procurara, e onde afinal ficou sepultado para sempre!... Com ele, para o fundo das águas agitadas, também se fora o velho e misterioso índio Muiraquitã! Eu, Perova e Pixuíra dentro do frágil barco fomos arrastados horas e horas, pela correnteza [...]. Quando pudemos reestabelecer a calma procuramos nos orientar. Onde estávamos? Para onde seguíamos? Era impossível saber. [...] MARINS, Francisco. Prisioneiros das Selvas. In _____. Volta à Serra Misteriosa. São Paulo: Melhoramentos, 1978. p. 15. 

Questão 12 

No texto, o uso dos pontos de interrogação indica (A) raiva. (B) alegria. (C) incerteza. (D) entusiasmo

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