segunda-feira, 23 de março de 2020

LINGUA PORTUGUESA - PROFESSOR LEANDRO - 9 ANO


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Você lerá a seguir o fragmento inicial do primeiro capítulo de um livro chamado Ciência e pseudociência: por que acreditamos naquilo em que queremos acreditar, do professor de Psicologia Social, Ronaldo Pilati. Como o título indica, o livro busca distinguir a verdadeira ciência da pseudociência – termo que designa afirmações ou teorias com aparência científica, mas que não se baseiam em pesquisa rigorosa.

Leia o fragmento com atenção para responder às questões de 1 a 8.

A máquina de crenças e a Ciência
Um homem sábio faz com que sua crença seja proporcional à evidência.
David Hume

Diariamente somos bombardeados por informações científicas. Do entretenimento ao autoconhecimento, passando por questões ligadas a alimentação, suplementos alimentares e medicamentos para manter a saúde e curar doenças. Você já deve até mesmo ter assistido a documentários na televisão que tratam de assuntos intrigantes, como óvnis, o pé-grande ou alienígenas que viveram no passado. Esses programas trazem pessoas que se apresentam como cientistas interessados em desvendar esse tipo de mistério. Em geral,
as evidências que esses pesquisadores mostram para provar suas teses são relatos de testemunhas de pretensos discos voadores, vídeos borrados de uma figura humanoide com mais de dois metros de altura e esculturas milenares enormes que não poderiam ter sido movimentadas com a tecnologia ancestral. Você já parou para pensar se, de fato, tais evidências podem ser consideradas científicas?
[...]
Há outros assuntos relevantes para nossa vida que também são apresentados como científicos.
As pessoas que nos vendem produtos e serviços, muitas vezes, apresentam argumentos que envolvem concepções científicas. Quem nunca recebeu uma ligação de um serviço de telemarketing dizendo sobre a capacidade preventiva do ômega 3? Tal capacidade foi descoberta por pesquisadores de uma conceituada universidade, é o que, em geral, nos dizem seus vendedores. Tendo esse tipo de argumento como pano de fundo, o vendedor fala das propriedades do ômega 3 para a redução dos radicais livres e antioxidantes, responsáveis pelo envelhecimento precoce e pelo surgimento de inúmeras doenças. O fato de o vendedor informar que há conhecimento científico sobre ômega 3 é relevante para sua decisão de comprar as cápsulas? Se para você não é, julga que seria para outras pessoas?



O argumento de que se trata de conhecimento científico também é utilizado para abordar outros temas. Tomo como exemplo a “teoria da Terra plana”, que virou uma febre de discussões na internet, em redes sociais e vídeos. Alguns argumentos utilizados pelos defensores da alegada “teoria” asseveram que existem muitos cientistas que investigam a possibilidade de que a Terra seja plana. Seus defensores afirmam que o verdadeiro motivo que leva a maioria a argumentar que a Terra é uma esfera é o interesse escuso de corporações que lucram com isso. É interessante notar como as justificativas para defesa de uma tese como essa, da Terra plana, são colocadas com um emaranhado de negações e interpretações equivocadas de informações científicas. E tudo somado com alegações de que os cientistas começam a se interessar pelo assunto. Isso posto, pergunto: para você, esses argumentos aumentam a credibilidade das alegações de que a Terra é plana? Você julga que isso funcionaria para outras pessoas?
Situações corriqueiras como essas têm importância para todos nós, em diferentes contextos e situações. O discurso do conhecimento científico é utilizado de inúmeras formas, sendo presente em nossa vida, seja como estratégia para atrair atenção em um programa de entretenimento, para persuadir a comprar um livro, ou para fornecer ferramentas profissionais. O mundo está abarrotado de informações relativas ou atribuídas à ciência. Por isso é importante conceituar de forma simples e clara o que ela realmente é. É essencial saber o que caracteriza um conhecimento para que possamos chamá-lo de científico.
[...]
PILATI, Ronaldo. Ciência e pseudociência: por que acreditamos naquilo em que queremos acreditar.
São Paulo: Contexto, 2018. p. 9-12. (Fragmento).

Questão 1

Qual é a principal tese defendida pelo autor nesse fragmento inicial do livro?

a)  Argumentos científicos às vezes são usados para vender produtos ou atrair atenção para programas de TV.
b)  Cápsulas de ômega 3, a teoria da Terra plana e programas sobre óvnis não têm embasamento científico.
c)  É essencial saber identificar o conhecimento científico para não se deixar enganar pela pseudociência.
d)  O conhecimento científico é tão mal utilizado na sociedade que deveria ficar restrito a pesquisadores.

Questão 2

Esse é um texto científico ou de divulgação científica? Mencione uma característica do texto que comprove sua resposta.
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Questão 3

Releia:

“Esses programas trazem pessoas que se apresentam como cientistas interessados em desvendar esse tipo de mistério”.

A oração destacada leva o leitor a ter uma ideia positiva ou negativa das pessoas entrevistadas por esses programas de TV? Explique sua resposta.
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Questão 4

Releia:

Isso posto, pergunto: para você, esses argumentos aumentam a credibilidade das alegações de que a Terra é plana?”

Por qual das expressões a seguir a expressão destacada poderia ser substituída, sem grande prejuízo para o sentido geral do texto? Antes de responder, releia todo o parágrafo em que essa frase está inserida.

a)  Dito isso.
b)  Apesar disso.
c)  Por isso.
d)  Além disso.



Questão 5

Releia:

“Quem nunca recebeu uma ligação de um serviço de telemarketing dizendo sobre a capacidade preventiva do ômega 3? Tal capacidade foi descoberta por pesquisadores de uma conceituada universidade, é o que, em geral, nos dizem seus vendedores”.

É correto afirmar que, nesse trecho, o autor:

a) cita pesquisas que comprovam a capacidade do ômega 3 para prevenir doenças e o envelhecimento.
b) busca mostrar como o discurso do conhecimento científico é às vezes usado com interesses comerciais.
c) desobedece aos padrões da divulgação científica, ao deixar de utilizar aspas em uma citação direta.
d) alerta que os argumentos dos vendedores de produtos naturais nem sempre têm embasamento científico.

Questão 6

Releia:

“Em geral, as evidências que esses pesquisadores mostram para provar suas teses são relatos de testemunhas de pretensos discos voadores, vídeos borrados de uma figura humanoide com mais de dois metros de altura e esculturas milenares enormes que não poderiam ter sido movimentadas com a tecnologia ancestral. [...]
Alguns argumentos utilizados pelos defensores da alegada ‘teoria’ asseveram que existem muitos cientistas que investigam a possibilidade de que a Terra seja plana”.

O autor utiliza diversos recursos linguísticos para diminuir a credibilidade das alegações e teorias que comenta ao longo do texto.

a) Copie dos trechos acima dois adjetivos que contribuem para esse efeito de diminuição da credibilidade.
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b)  Identifique o sinal de pontuação que também é utilizado para produzir esse efeito e explique como isso ocorre.
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Questão 7

Explique como o pronome outro e o advérbio também foram utilizados para promover a continuidade temática entre o primeiro, o segundo e o terceiro parágrafos.
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Releia:

“Alguns argumentos utilizados pelos defensores da alegada ‘teoria’ asseveram que existem muitos cientistas que investigam a possibilidade de que a Terra seja plana. Seus defensores afirmam que o verdadeiro motivo que leva a maioria a argumentar que a Terra é uma esfera é o interesse escuso de corporações que lucram com isso”.

a) Qual é a função das orações destacadas em relação aos verbos dicendi asseverar, afirmar e argumentar?
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b) Como essas orações se classificam?
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c) Por que, em um texto como o de Pilati, são comuns orações desse tipo ligadas a verbos dicendi?
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Reproduzimos a seguir um trecho de uma entrevista do Nexo, um jornal digital, com Eugênio Bucci, professor de Comunicação da USP. Leia-o para responder às questões 9 e 10.

Qual é o efeito de notícias falsas para uma democracia?

Eugênio Bucci – Isso é muito interessante. As notícias falsas, nesse contexto que não é só brasileiro, são um sintoma. É um erro supor que fake news sejam a causa do que vem acontecendo. Claro que elas trazem aspectos que dão à figura da mentira na política um alcance inédito na história. Sempre houve mentira e desinformação na política, mas agora temos que lidar com esse assunto considerando duas “inovações”. A primeira é na ordem da escala, volume e velocidade de desinformação. Em questão de horas, uma população inteira pode tomar como verdade uma mentira esfarrapada, algo que não havia antes, por causa da tecnologia. A segunda “inovação” é que as plataformas que são base das redes sociais e do fluxo de mensagens remuneram aquilo que dá audiência e engajamento, pois atrai olhares e, portanto, multidões de consumidores. Mentir virou um negócio que dá um troco no fim de semana. São duas inovações que mudam o caráter das mentiras no debate público e na sociedade. [...] Mas isso é um sintoma e não a causa de um mal-estar mais profundo da democracia. A democracia vem sendo atacada, assim como a imprensa, em diversos países. [...]
BUCCI, Eugênio. Como chegamos a um estado de tanta desinformação.
Disponível em: <
https://www.nexojornal.com.br/entrevista/2018/10/06/Como-chegamos-a-um-estado-de-tanta-desinforma%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 5 nov. 2018. (Fragmento).

Questão 9

Resuma o trecho sublinhado. Comece seu resumo com “Segundo Eugênio Bucci”.
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Questão 10

De acordo com Eugênio Bucci, sempre houve mentira e desinformação na política. Levando isso em conta e também o fato de que, ao usar o termo fake news, Bucci se refere especificamente às notícias falsas propagadas por internet, observe a frase sublinhada abaixo.

“É um erro supor que fake news sejam a causa do que vem acontecendo. Claro que elas trazem aspectos que dão à figura da mentira na política um alcance inédito na história”.

O que essa frase representa dentro da estratégia argumentativa do entrevistado?

a)  A frase comprova a tese de que sempre houve mentira na política, portanto fortalece a argumentação de Bucci.
b)  A frase comprova que a mentira na política foi causada pelo fenômeno das fake news, fortalecendo a tese de Bucci.
c)  A frase torna a argumentação de Bucci contraditória, pois afirma que as fake news deram à mentira um alcance inédito.
d)  Embora Bucci defenda que a mentira sempre existiu, nessa frase, ele admite que as fake news a aumentaram.

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